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VAR dá a Neymar a lição de que ele tanto precisava

Craque se viu desmoralizado por sua velha mania de cavar ou valorizar faltas. Mas ganhou uma segunda chance do destino e respirou aliviado

Por Luiz Felipe Castro |

Neymar chora após vitória da seleção brasileira sobre a Costa Rica no estádio São Petesburgo

SÃO PETERSBURGO – Neymar é um jogador de enormes virtudes e defeitos. Em seus quase dez anos como profissional, suas qualidades foram recompensadas em forma de gols, títulos e excelentes contratos. E nesta sexta-feira, em uma tarde de tensão, explosão e alívio em São Petersburgo, pagou por todos os seus pecados no pior (ou melhor) cenário possível, diante de bilhões de espectadores que desfrutaram de sua frustração ao ver um pênalti cavado retirado, na suada vitória por 2 a 0 sobre a Costa Rica. Talvez o VAR, o tão controverso árbitro de vídeo, tenha conseguido uma façanha que nenhum treinador, colega ou amigo integrante dos “Toiss” tenha sequer passado perto: mostrar a Neymar que ele precisa amadurecer. O choro ao fim da partida deixou claro que o melhor atacante do país recebeu uma lição.

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O árbitro holandês Bjorn Kuipers já conhecia Neymar de longa data e negou algumas infrações pedidas pelo brasileiro. Fez sinal para que Neymar se levantasse e não se deixou intimidar por uma das principais estrelas do Mundial. O lance emblemático, porém, veio aos 32 do segundo tempo, quando o atacante invadiu a área, cortou para o meio e caiu após toque de Giancarlo González. Da tribuna da arena do Zenit, pareceu pênalti, assinalado por Kuipers. Ou seja, Neymar conseguiu enganar 64.468 torcedores e mais o árbitro – que claramente não vai com a sua cara. Mas não ao implacável árbitro de vídeo. A jogada é controversa: o toque foi suficiente para derrubá-lo? Pênaltis semelhantes, “de câmera lenta” já foram assinalados pelo VAR na Copa. Mas Neymar pagou pela má fama. Foi desmoralizado para o mundo todo.

Depois, ainda deu mostras de seus outros defeitos. Revoltado com a cera dos costa-riquenhos, deu um soco na bola, um chilique já visto incontáveis vezes. Ao contrário de muitos árbitros, o holandês Kuipers não perdoou e mostrou-lhe o amarelo. O camisa 10 ainda xingou rivais, sem qualquer cerimônia – outro péssimo hábito seu. E foi salvo por Philippe Coutinho, um velho amigo de personalidade oposta: é comportado, tímido, chama atenção apenas por seu exuberante futebol, jamais pelo corte de cabelo ou por ataques de estrelismo. E, como o destino não poderia ser tão cruel com um craque desta envergadura, Neymar ainda ganhou de presente um gol, empurrando paras as redes, que aliviou o Brasil e seu camisa 10. O Brasil chegou à merecida vitória e respira na Copa. Neymar mais ainda.

Neymar lamenta depois de uma chance de gol perdida contra a seleção da Costa Rica – 22/06/2018 Carlos Garcia Rawlins/Reuters
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