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Tóquio descarta logo das Olimpíadas de 2020 após acusações de plágio

Logotipo apresentado pelo designer japonês Kenjiro Sano se assemelha ao criado pelo belga Olivier Debie para o Teatro de Liège, em 2013

Por Da Redação |
O designer belga Oliver Debie postou uma montagem em seu Twitter comparando os dois logos

O designer belga Oliver Debie postou uma montagem em seu Twitter comparando os dois logos

O Japão deixará de usar o logotipo desenhado para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 por causa das acusações de plágio contra seu criador, Kenjiro Sano. A decisão final de retirar o desenho das ações foi tomada durante uma reunião extraordinária do Comitê Organizador na capital japonesa, nesta segunda-feira. Toshiro Muto, diretor-geral do grupo, fez um esclarecimento confuso: disse que Sano admitiu ter usado fotografias de forma inapropriada e concordou com a retirada do logo, mas seguiu negando a ocorrência de plágio.

“A situação se tornou difícil de entender para os cidadãos, mesmo que do ponto de vista dos especialistas o design de Tóquio-2020 seja considerado uma criação original”, afirmou Muto. Segundo ele, a decisão não tem relação com a denúncia de plágio apresentada pelo designer belga Olivier Debie, criador do logotipo do Teatro de Liège, na Bélgica, que tem formas muito semelhantes ao dos Jogos de Tóquio-2020. “Sano solicitou a retirada da logo, como demonstração de sua responsabilidade”, completou.

Nesta segunda, foram recolhidas assinaturas no Comitê Organizador pedindo para que se trocasse a imagem controversa. Um novo concurso será agendado. Outro ponto que contribuiu para a mudança foi a implicação da empresa MR_Design, de propriedade de Sano, em um flagrante de cópia de imagens para uma campanha publicitária de uma cervejaria japonesa, a Suntory, o que só aumentou o descrédito do artista.

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Acusação – Dias depois do lançamento do logotipo, o belga Olivier Debie reclamou das semelhanças entre o desenho de Sano e sua criação para o Teatro de Liège, há dois anos. O símbolo de Tóquio é baseado em um “T”, inicial da capital japonesa, de team (time, em inglês) e de tomorrow (amanhã) e, de fato, se parece muito ao logo do teatro, feito em branco, com fundo preto. Debie apresentou denúncia à Justiça belga no último dia 10 de agosto, apesar de Sano negar que tenha se inspirado em sua criação.

Os organizadores defenderam o emblema idealizado por Sano e inclusive mostraram na semana passada o esboço inicial a fim de afastar as acusações sobre o logotipo. No entanto, as dúvidas cresceram ainda mais pelo fato de o anteprojeto olímpico ser parecido com outro realizado pelo falecido designer alemão Jan Tschichold. Outros projetos criados por Ranzo em seu país, como o logo de um zoológico, de um museu e, além dos desenhos da campanha de cerveja, também foram questionados nas últimas semanas por sua semelhança com outras obras.

A confusão sobre o logotipo olímpico não é a única que o governo do Japão teve que enfrentar em relação aos Jogos de 2020. O país asiático descartou em julho o projeto original do novo estádio olímpico, projetado pela arquiteta Zaha Hadid, após as críticas recebidas por sua magnitude e custo excessivo, que duplicou o orçamento inicial, e corre agora contra o relógio para finalizar um novo projeto para a sede central da competição.

O designer japonês Kenjiro Sano VEJA

(com agência EFE)

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