Jogadores escolhidos para formar o setor ofensivo da seleção brasileira na reestreia de Dunga, na sexta-feira, em Miami, contra a Colômbia, confirmaram uma mudança que já era cogitada desde a volta do treinador ao cargo: a equipe deverá atuar sem um centroavante fixo na área. Depois do fracasso de Fred na campanha brasileira na Copa do Mundo, essa era uma das transformações mais esperadas na forma de a seleção jogar. Como o Brasil tem poucos atacantes de referência vivendo bom momento na carreira, Dunga escalará sua equipe, pelo menos nesse início de trabalho, com uma dupla de atacantes mais leves e dinâmicos, que deverão se movimentar por todo o setor ofensivo. No primeiro treino coletivo, na terça-feira, os escolhidos para a função foram Neymar e Diego Tardelli. O atacante do Atlético-MG confirmou nesta quarta-feira, antes do segundo treinamento da equipe na Flórida, que Dunga não quer ninguém parado na área.
Leia também:
Dunga escala oito que jogaram a Copa em seu time titular
Segunda era Dunga começa com adversários complicados
Os seis desafios espinhosos de Dunga na volta à seleção
David Luiz acredita que ‘o gigante caiu, mas já se levantou’
Ao esboçar sua equipe titular, Dunga pediu que Tardelli se movimentasse constantemente, sem ficar preso ao comando de ataque. “Não jogo fixo na frente e isso é bom para mim. Gosto de sempre me movimentar. Em vários momentos, troquei de posição com o Neymar e a seleção consegue jogar melhor assim. É preciso ter uma boa dinâmica para ficar ali na frente. Ele já avisou a gente disso”, afirmou. De acordo com Tardelli, essa orientação foi reforçada fora de campo, numa conversa reservada entre ele e o técnico. “Ele me chamou e disse para eu rodar pelo campo todo”, revelou. Oscar, outro titular na terça-feira, também falou sobre o novo posicionamento: “Pode ser bom para nós, porque o Tardelli e o Neymar vão se movimentar mais e eu o Willian vamos chegar mais na frente também.”
A orientação não vale apenas para Tardelli, que começou o treinamento entre os titulares. Robinho, seu substituto, realizou a mesma função na etapa final. “Tivemos um exemplo recente, com a Alemanha, de que não é tão necessário um jogador fixo na área”, afirmou. O atacante do Atlético também disse que a volta de Dunga ao comando da seleção reabriu as portas da seleção para seu trabalho. “O retorno dele foi bom para mim. Estar na primeira lista de convocados dá mais confiança. Agora, temos de treinar bem e esperar o jogo contra a Colômbia.” A seleção brasileira enfrenta a Colômbia na sexta, às 22 horas (de Brasília), em Miami, no primeiro jogo de Dunga em seu retorno à seleção. No dia 9, o time vai enfrentar o Equador, em Nova Jersey. Na tarde desta quarta, a equipe realiza um treinamento no local da partida, o Sun Life Stadium.
(Com Estadão Conteúdo)