Ao revelar que o ex-presidente da CBF José Maria Marin aceitou a extradição da Suíça para os Estados Unidos, o Departamento de Justiça suíço sinalizou que outros dirigentes brasileiros podem estar envolvidos no escândalo de corrupção no futebol. Segundo os suíços, o brasileiro é “suspeito de ter aceitado e compartilhado” com outras pessoas suborno pelos direitos de marketing de edições da Copa América e da Copa do Brasil.
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“Seus atos afetaram financeiramente a CBF, assim como duas associações continentais”, informou a Justiça suíça. Marco Polo del Nero, atual presidente da CBF, também está sendo investigado pelo FBI. Seu nome não foi citado nas investigações até o momento, mas descrições que poderiam ser preenchidas por ele ou pelo ex-presidente da entidade, Ricardo Teixeira, fazem parte das acusações publicadas pelo FBI.
Del Nero é suspeito de também ter recebido propinas em esquemas de venda de direitos de transmissão da Copa do Brasil quando ainda era o vice de Marin. O FBI quer provar que o esquema usou o sistema financeiro americano, o que justificaria o pedido de prisão. Outro nome na lista do FBI é o do empresário Kleber Leite. Sua empresa, a Klefer, teria negociado e organizado o pagamento de propinas, segundo as investigações. Marco Polo Del Nero não sai do Brasil há quatro meses, temendo ser preso.
Extradição – O Departamento de Justiça da Suíça não informou quando Marin deve chegar a Nova York. “Por razões de segurança e conforme as regras de proteção da privacidade, nenhum informação será dada sobre o momento em que o detento será entregue”, declararam as autoridades. Agora, a polícia americana tem dez dias para buscar o brasileiro e leva-lo aos EUA para responder ao processo.
O dirigente de 83 anos tem um apartamento em Nova York e já negocia uma fiança milionária que o permitirá ficar em prisão domiciliar enquanto o julgamento ocorrer. Pelo acordo, seu imóvel seria confiscado pelos americanos e Marin ainda teria que pagar uma multa de mais de 7 milhões de dólares.
(com Estadão Conteúdo)