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Ramos tenta apagar incêndio na Espanha: ‘Temos de virar a página’

Capitão espanhol se esforçou para demonstrar união e confiança, um dia depois da demissão do técnico Lopetegui, e na véspera do jogo contra Portugal

Por Luiz Felipe Castro |

O treinador interino da seleção espanhola Fernando Hierro e o zagueiro Sergio Ramos posam para foto durante coletiva de imprensa em Sochi – 14/06/2018

SOCHI – Dois capitães da seleção espanhola, de épocas distintas, compareceram nesta quinta-feira à entrevista coletiva da véspera do duelo contra Portugal, na estreia da Copa do Mundo, para tentar diminuir o estrago causado pela demissão do técnico Julen Lopetegui. Sergio Ramos, o atual líder, e o ex-defensor Fernando Hierro, que era diretor de futebol e herdou a vaga de treinador, afirmaram que o grupo segue concentrado na busca pelo segundo título e que o incidente pode servir de incentivo para o grupo.

A maioria das perguntas foram direcionadas a Ramos, que adotou o discurso esperado por um líder. “Foram momentos nada agradáveis, mas temos de virar a página. Julen era parte deste Mundial, mas a Espanha deve estar acima de qualquer nome próprio”, afirmou o jogador, que será treinado por Lopetegui no Real Madrid. 

Tabela completa de jogos da Copa do Mundo de 2018

Ramos admitiu que já sabia da negociação, mas desconversou sobre a reação dos jogadores à decisão do presidente da federação, Luis Rubiales, de demitir Lopetegui por considerar antiética a maneira como o treinador conduziu a situação.

“Quando você é o capitão do time, obviamente sabe um pouco mais da conta. Mas nós não podemos opinar quando há decisões institucionais. Não somos nós que temos de julgar, são decisões que não nos correspondem, nós só podemos fazer algo em campo dentro de campo, é onde estamos mais cômodos”, disse. “A equipes aprendem nos momentos difíceis, o que aconteceu nos serve para deixar-nos mais unidos”, completou.

Ramos ainda negou as notícias divulgadas na Espanha de que o grupo havia se dividido em relação à demissão. “Não há nenhuma rixa. Cada um tem uma mãe, somos pessoas diferentes e pensamos diferente, mas a ideia coletiva é ganhar o Mundial. Foi complicado, alguns reagiram diferente de outros, mas os problemas são uma oportunidade para crescer.”

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Fernando Hierro, que disputou três Mundiais como zagueiro da Espanha, pouco falou e disse que seguirá a linha adotada por Lopetegui nos últimos dois anos. “Vamos mudar pouquíssimas coisas. Muita gente da comissão ficou e é impossível mudar algo em dois dias. Se verá a Espanha que quer jogar bem, ser protagonista. Não vamos mudar nosso conceito e que viemos fazendo há muito tempo.”

Por fim, questionado sobre as críticas que recebeu de Mohamed Salah e Roberto Firmino, entre outros, depois da final da Champions contra o Liverpool, Ramos deu de ombros. “Estou tranquilo, alguns falam algumas coisas para ganhar popularidade. Quem duvida de mim, que olhe meu currículo. Parece que estamos em um funeral, mas amanhã começamos a Copa do Mundo e quero terminar essa entrevista com um sorriso”, disse, antes de levantar para ir treinar.

No gramado do Estádio Olímpico de Fisht, os jogadores espanhóis fizeram diversas brincadeiras, sem aparentar qualquer abalo após a demissão de Lopetegui. O clássico ibérico, válido pelo Grupo B da Copa da Rússia, acontece nesta sexta-feira, às 15h (de Brasília).

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