O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, meteu sua colher na política espanhola, mas por motivos esportivos. Em entrevista à revista política francesa Challenges nesta terça-feira, o político abriu as portas para o Barcelona integrar a liga francesa em caso de independência da Catalunha, um dos temas mais quentes no país vizinho no momento.
Valls, que nasceu em Barcelona e é apaixonado pela equipe de Neymar e Messi, citou o exemplo do Monaco, equipe do Principado que disputa o Campeonato Francês, para reforçar sua intenção. “O Monaco joga a Ligue 1, então por que não o Barça?”, perguntou o político, que, em outras oportunidades, se disse contra a independência da região onde nasceu.
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Javier Tebas, o presidente da liga espanhola, afirmou no ano passado que se a independência da Catalunha fosse confirmada, o Barcelona teria que ser excluído dos campeonatos na Espanha, assim como o Espanyol, o outro time da cidade. O Barça também poderia perder sua vaga na Liga dos Campeões, da qual é o atual campeão, o que causaria danos monumentais em suas finanças. Pesquisas feitas no país mostraram que muitos catalães condicionam seu voto à possibilidade de o Barça ser excluído das ligas.
Oficialmente, o clube se mantém neutro em relação ao tema, apesar de exibir o orgulho catalão em campanhas e até nos uniformes do time e de ter apoiado a realização de um plebiscito (sem revelar sua posição). Estrelas do Barcelona, como o zagueiro Gerard Piqué e o ex-treinador do time Pep Guardiola já causaram confusão na Espanha por participarem de festas e campanhas pró-independência.
Em 27 de setembro, os partidos separatistas conquistaram a maioria das cadeiras no Parlamento regional da Catalunha. A vitória recolocou a região no caminho de independência da Espanha, mas o processo segue em discussão no país.
(da redação)