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Pep Guardiola: ‘Se pudesse, teria jogado pela Catalunha’

Como jogador, defendeu a Espanha em 47 partidas, mas declarou seu apoio às causas separatistas da Catalunha quando virou treinador

Por Da Redação |
Pep Guardiola jogando pela seleção espanhola durante a Eurocopa de 2000

Pep Guardiola jogando pela seleção espanhola durante a Eurocopa de 2000

O técnico Pep Guardiola voltou a causar controvérsia na Espanha nesta terça-feira. Natural de Santpedor, uma província catalã, o treinador do Bayern de Munique, disse que, se pudesse, teria jogado pela seleção da Catalunha e não da Espanha. “Se tivesse existido um Estado catalão eu teria jogado com a seleção da Catalunha porque sou de Santpedor, mas naquele momento isso ainda não era viável”, disse ao jornal da campanha Guaneyrem (Ganharemos, em catalão) de apoio ao esporte da região.

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Guardiola, que sempre se mostrou a favor da realização de consultas e plebiscitos de independência da Catalunha, desdenhou críticas. “Se alguém se incomoda por minha participação nesse processo, não é problema meu.” O treinador de 44 anos ainda respondeu diretamente às acusações do ministro do Interior da Espanha, Fernandez Díaz, que disse que Guardiola defendeu a seleção espanhola por questões financeiras.

“Não foi assim. O dia que eu cruzar com o senhor Fernandez Díaz lhe explicarei que não fui por dinheiro. Aliás, paguei meus impostos desde o primeiro até o último dia de minha carreira, coisa que nem todos os políticos podem dizer.” Guardiola diz ter vestido a camisa da Espanha com orgulho. “A seleção da Espanha estava me convocando e fiquei encantando em desempenhar o meu jogo no mais alto nível”. Ele disputou 47 partidas pela seleção espanhola: foi campeão dos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, pela Espanha, jogou a Copa de 1994 e a Eurocopa de 2000.

Piqué – As declarações de Guardiola incendiaram ainda mais a controvérsia recente que envolve o zagueiro Gerard Piqué, do Barcelona. O marido da cantora Shakira vem sendo vaiado e ofendido constantemente nas partidas da seleção espanhola por torcedores que contestam seu “amor à pátria”. Assim como seu ex-treinador, Piqué é catalão, constantemente é visto nas manifestações populares na Catalunha, e, para piorar, acumula brigas com o rival Real Madrid.

As reclamações cresceram nos últimos meses e vários colegas, inclusive o capitão do Real Madrid, Sergio Ramos, saíram em defesa de Piqué. “Todos sabemos como ele é e não vamos conseguir mudá-lo. Aqui todos somos espanhóis e representamos o país e estas vaias não ajudam em nada”, disse Ramos na segunda-feira. Piqué foi campeão europeu e mundial pela Espanha. Ele também disputou alguns amistosos pela seleção catalã – como a região faz parte do território espanhol, a equipe não é reconhecida pela Fifa e se reúne apenas para amistosos (já enfrentou a seleção brasileira quatro vezes).

Piqué com Milan, seu filho com Shakira, em manifestação popular na Catalunha VEJA

(da redação)

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