A controversa ação movida pelo Santos na Fifa contra Neymar ainda incomoda a família do craque. Neste domingo, o pai do jogador acusou a diretoria do clube de hipocrisia na condução do caso. Neymar da Silva Santos ironizou o fato de o Santos manter o processo mesmo depois do anúncio de lucro de aproximadamente 8 milhões de reais com a indicação do atleta à Bola de Ouro.
“O Santos entra na Fifa contra o Barcelona, mas já deve ter até cobrado os 2 milhões de euros pela indicação dele. Não entendo esse critério”, esbravejou Neymar pai ao programa Mesa Redonda, da TV Gazeta.” Eles dizem que o contrato não é legítimo, mas para cobrar, eles cobram. Nesse caso, todas as dimensões contratuais são válidas. Precisa ter um pouco de critério e hombridade”, acrescentou.
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O pai e gestor da carreira do craque mais uma vez alegou inocência diante das acusações de que a venda de Neymar para o Barcelona teria lesado o Santos. “Foi uma transação totalmente normal e legítima, mas estão nos acusando de todas as coisas possíveis por falta de entendimento e sabedoria administrativa do futebol brasileiro. Os dirigentes não assumem o que eles mesmos assinam”, afirmou. Por suspeitas de sonegação de impostos, Neymar e o pai têm sido investigados pelas Justiças de Espanha e Brasil.
Investigações – A nebulosa transferência de Neymar para o Barcelona é alvo de dois processos na Espanha, um do fisco espanhol, que tramita em Barcelona, e outro a pedido da empresa brasileira DIS, na capital Madri, acolhido pela Audiência Nacional da Espanha. A empresa DIS detinha 40% dos direitos econômicos do atleta e se sentiu lesada ao tomar conhecimento sobre os reais valores da transação. A DIS e o Santos alegam que a N&N, empresa dos pais de Neymar e que gere a carreira do atleta, forjou contratos com o Barcelona para ficar com a maior parte do dinheiro da venda.
O Barcelona alegou inicialmente ter desembolsado 57,1 milhões de euros para tirar Neymar do Santos. No entanto, meses depois, o clube admitiu ter gasto um valor bem maior, que ronda os 100 milhões de euros, dos quais 40 milhões foram para a empresa dos pais de Neymar, sem o conhecimento do DIS e do Santos – o clube respondia por 55% dos direitos e os 5% restantes pertenciam ao grupo de investidores Teísa. A revelação provocou a renúncia do então presidente do Barcelona, Sandro Rosell. A N&N admite ter recebido o valor, mas nega irregularidades. Em setembro, a Receita Federal brasileira confiscou um Porsche e bloqueou mais 188,8 milhões de reais das contas do jogador por uma acusação de fraude cometida entre 2011 a 2013.
(com Gazeta Press)