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Opinião: novo fracasso de Messi reabre disputa pela Bola de Ouro

Van Dijk, Salah e Mbappé podem se aproveitar de novo fiasco do Barcelona para sonhar com o prêmio de melhor do mundo

Por Luiz Felipe Castro |

O jogador Lionel Messi, do Barcelona, durante a partida contra o Liverpool na Liga dos Campeões – 07/05/2019

A incrível vitória por 4 a 0 do Liverpool, finalista da Liga dos Campeões, e a nova “fraquejada” do Barcelona na Champions – no ano passado, deu vexame contra a Roma – proporcionaram o que parecia impossível: imaginar que Lionel Messi não vença a Bola de Ouro de 2019. O argentino, decisivo e genial na vitória por 3 a 0 no Camp Nou e ao longo de toda a liga espanhola, voltou a decepcionar no torneio que não vence desde 2015 – exatamente o último ano em que conquistou os prêmios de melhor do mundo. Para sua sorte, seu concorrente habitual, Cristiano Ronaldo, parece fora da disputa.

Messi segue com números assustadores na temporada: marcou 48 gols e deu 22 assistências em 47 jogos; já faturou o título espanhol e está na final da Copa do Rei. Quem mais se aproxima do argentino nas estatísticas é o francês Kylian Mbappé, com 36 gols em 41 jogos. O jovem de 20 anos, no entanto, fracassou mais cedo na Champions e foi expulso na derrota na final da Copa da França. É muito provável que um dia o talentosíssimo ponta do PSG conquiste a Bola de Ouro ou o The Best, da Fifa, encerrando um jejum francês que vem desde Zinedine Zidane no início do século. Mas Mbappé ainda não parece ser páreo para Messi em 2019.

“Nunca desista”, a mensagem motivacional de Salah Carl Recine/Reuters

Sem o francês e Cristiano Ronaldo, que caiu nas quartas de final da Champions diante do surpreendente Ajax, e como a Liga dos Campeões costuma ser decisiva nas eleições, as maiores possibilidades recaem justamente sobre dois atletas do Liverpool: Mohamed Salah e Virgil Van Dijk.

O egípcio, ausente na virada épica por causa de uma concussão, não conseguiu repetir a temporada que o levou ao terceiro lugar do prêmio, no ano passado.

Na ocasião, Salah saiu machucado e foi derrotado pelo Real Madrid do croata Luka Modric, o controverso Bola de Ouro de 2018 – que não tem chance alguma atualmente. Neste ano, mesmo com “apenas” 26 gols em cinquenta jogos, caso brilhe na decisão contra Tottenham ou Ajax, o “Rei do Egito”, eleito recentemente uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time, pode entrar novamente na disputa.

O zagueiro holandês Virgil Van Dijk, por sua vez, já surpreendeu ao ser eleito pelos próprios atletas como o melhor jogador da Premier League de 2019 e ostenta a incrível marca de não ser driblado há mais de um ano – além, claro, de atuações espetaculares. Se o Liverpool levar o hexa europeu, não seria nenhum absurdo cogitar que o defensor de 27 anos pudesse repetir o feito de Fabio Cannavaro, o melhor do mundo de 2006.

Copa América decisiva

Fora da Champions, Messi terá na Copa América do Brasil, entre 14 de junho e 7 de julho, uma nova oportunidade de provar sua supremacia – e, de quebra, espantar uma maldição de sua carreira, a de não conseguir vencer pela seleção de seu país (tem apenas um título olímpico, em Pequim-2008).

Messi acumula três vices da Copa América (2007, 2015 e 2016) e também um da Copa do Mundo de 2014, diante da Alemanha, justamente no Maracanã, palco da decisão de 2019. Em caso de título no Rio, Messi sairia consagrado. No entanto, uma nova frustração poderia pesar contra nas disputas individuais.

Se não tivesse se lesionado e feito tantas bobagens, Neymar também poderia usar a Copa América para fortalecer sua candidatura ao prêmio que ele e seu estafe tanto sonharam. Com o filme queimado, terá de fazer chover no torneio em casa se ainda quiser sonhar com a Bola de Ouro. Messi segue como franco favorito, mas a derrota em Anfield pode influenciar na votação de craque do ano – e até na discussão, cada vez mais comum (e pertinente) sobre o posto de melhor jogador de todos os tempos.

Chance de vingança: em 2014, Messi deixou o Maracanã frustrado Ivan Pacheco/VEJA.com/VEJA
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