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O que representa a votação da reforma do estatuto do São Paulo

Entre as propostas que ampliaram a crise no Morumbi estão a volta da reeleição para presidente e a diminuição do número de conselheiros

Por Da Redação |
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O Conselho Deliberativo do São Paulo se reúne nesta quinta-feira, 16, para votar uma série de propostas de mudanças no estatuto social do clube. O encontro, que acontecerá de forma virtual, tem ânimos acirrados nos bastidores motivado por ações judiciais de conselheiros que pretendiam suspender a reunião, além da instauração de um inquérito policial devido a ameaças ao presidente do Conselho, Olten Ayres de Abreu.

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Entre as mudanças previstas está a possibilidade de reeleição do presidente, a ampliação do mandato dos conselheiros de três para seis anos, além diminuição considerável do número das cadeiras do órgão do clube. A proposta é vista como “autoritária” porque tende a limitar o poder dos sócios e ainda favorecer a atual gestão do presidente Julio Casares.

Prevista paras começar às 19h, a reunião vai ocorrer sob sigilo e não terá transmissão do clube. Ação essa que foi criticada por torcedores em manifestações nas redes sociais alegando falta de transparência do encontro. Se aprovadas, as alterações promoverão mudanças significativas na política da instituição e na configuração à longo prazo do corpo que compõe o Conselho.

Nas redes, ofício que diz que reunião será conduzida em sigilo –

A expectativa era para que a proposta fosse votada por inteiro, sem a possibilidade de aprovar uma cláusula e negar outra. Mas, a pedido de integrantes da oposição, no último dia 13 de dezembro, o presidente do Conselho Deliberativo Olten Ayres de Abreu afirmou em nota que a votação teria caráter inédito, sendo votada em partes.

A opção promove aprovações ou vetos para cada tema. No comunicado, alegou que a decisão teria sido baseada nos princípios democráticos e normativos do clube.

Ao todo, são 16 propostas de alterações no Estatuto Social do Tricolor. Entre a mudanças sugeridas está a possibilidade de o presidente ser reeleito – atualmente é permitido apenas um mandado de três anos. Essa nova configuração pode beneficiar o dirigente, que até o momento evitou falar de possível candidatura.

O documento ainda fala na possibilidade de “continuidade de projetos e gestões que se demonstrem efetivamente positivos e benéficos” ao clube. Justificativa para a proposta que visa ampliar o mandato dos conselheiros de três para seis anos – incluindo os atuais, de foram que adiaria a próxima eleição para 2026. Os conselheiros são cargos centrais na dinâmica do São Paulo, pois os sócios elegem parte dos conselheiros, e estes elegem o presidente do clube.

No Brasileiro, São Paulo lutou até a penúltima rodada contra o rebaixamento –

Outra mudança prevista é a redução no número de cadeiras no Conselho, de 260 para 200. Nestes, 120 seriam vitalícios, ou seja, não teriam seus cargos colocados a prova nas eleições pelos associados. Atualmente o São Paulo conta com 100 conselheiros eleitos. Se aprovada a proposta, o número cairia para 80 já na próxima eleição.

Essa mudança é outro ponto da discórdia entre os apoiadores e contrários as alterações, pois representaria a limitação da participação dos sócios do São Paulo no processo eleitoral. A eleição para presidente permaneceria a ser realizada a cada três anos, mas como a votação é feita de forma indireta, haveria pouca rotatividade nas cadeiras do Conselho a cada ano eleitoral.

Entre controvérsia e tensão, a realização da votação foi parar nos tribunais e na delegacia. No último dia 7 de dezembro um grupo de opositores entrou com um pedido na Justiça de São Paulo para barrar a votação. Eles alegaram irregularidades no edital da convocação da reunião e possível conflito de interesses da atual gestão. Mas a liminar foi negada. A justiça entendeu que a reunião irá analisar e encaminhar as propostas para a Assembleia de Sócios, que só então irá aprovar ou não as alterações.

Em outro episódio, o presidente do Conselho Deliberativo, Olten Ayres, sofreu ameaças, e foi a Polícia Civil prestar queixas e as mensagens enviadas.  Um inquérito foi instaurado para investigar o incidente.

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