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Neymar no PSG: brasileiro vai se tornar o melhor do mundo?

A razão para a histórica transferência do brasileiro é nítida, mas não é garantia de que conquiste a Bola de Ouro

Por Fernando Beagá |
Neymar - Barcelona

Neymar em ação pelo Barcelona em 2015 -

Nas discussões sobre a transferência de Neymar para o Paris Saint-Germain, um tema é recorrente: livrar-se da companhia de Messi pode abrir o caminho para o atacante brasileiro ser eleito o melhor jogador do mundo. Essa obsessão é típica do comportamento do torcedor brasileiro, que gosta de ganhar antes de gostar de esporte. Assim, a possibilidade de conquistar a Bola de Ouro oferecida pela Fifa toma conta de mesas redondas e ganha o imaginário dos boleiros brasileiros, que desejam um prêmio que apenas um pode levar a cada temporada — e que não sai das mãos de Messi ou Cristiano Ronaldo desde 2008…

Foi assim com Robinho, o maior ídolo de Neymar. Quando deixou o Santos rumo ao Real Madrid, em 2005, o sonho europeu do atacante estava na ponta da língua: ser o melhor do mundo. Honraria limitada a Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, desde que a premiação foi criada, em 1991. Ele poderia dizer que queria ganhar títulos por seu novo clube ou uma Copa do Mundo. Resultado: apesar de ter conquistado duas ligas espanholas pelo Real, uma italiana pelo Milan e ter sido titular absoluto da seleção brasileira no ciclo para a Copa de 2010, sua passagem pelo Velho Mundo é rotulada como frustrada, porque o sarrafo estava alto demais.

Neymar segue trajetória parecida. Como Robinho, saiu do Santos de maneira conturbada para ser coadjuvante de estrelas maiores num gigante espanhol. E decidiu ser protagonista em um clube que busca sua inédita Liga dos Campeões — como Robinho fez ao se transferir para o Manchester City. Ganhar a Champions tem feito a diferença: sete das últimas dez estatuetas foram entregues a quem levou a “orelhuda”. E deve ser assim novamente em 2017, pró-Cristiano.

Portanto, Neymar terá que fazer muito mais do que dribles mágicos e belos gols para ser o melhor de 2018. Muito mais do que passear no discreto campeonato francês. O astro Ibrahimovic já fez isso pelo PSG e passou longe do auge individual. Sua chance está em ganhar a Copa na Rússia sendo decisivo e repetir os feitos de Romário (1994), Zidane (1998), Ronaldo (2002) e Cannavaro (2006) — o que independe do clube que defende; ou dar a inédita Champions ao time francês, tarefa árdua.

Para os que consideram não ser o melhor do mundo uma derrota, se Neymar não cumprir a façanha terá sua escolha julgada. Como foi a de Robinho. Apesar de ser um craque incontestável, de encantar  com seus golaços e de ser, há quase uma década, o maior jogador brasileiro em atividade. Boa sorte, Neymar.

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