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Neymar e Messi: inimigos íntimos

O brasileiro teve de sair do Barcelona para conseguir brilhar sozinho em um clube – e agora, no Paris Saint-Germain, com a dupla refeita?

Por Fábio Altman |
Neymar e Lionel Messi na final da Copa América -

Neymar e Lionel Messi na final da Copa América –

“NeyMessi”. De 2013 a 2017, tempo em que Neymar jogou pelo Barcelona, o brasileiro e o argentino costuraram uma amizade real – apesar da diferença de personalidade dos dois. Neymar, da festa, da rua. Messi, da calma, de casa. O atual 10 do PSG chegou a contar como foi a aproximação, construída em um churrasco de boas vindas na Catalunha. “Você tem que ser você, como você era no Santos”, disse o companheiro. “Jogue o seu futebol, drible, chute, não precisa ficar intimidado porque estou aqui”. Neymar, dizem as pessoas que seguiram o clube catalão, ajudou a mexer um pouquinho com a personalidade de Messi. Em 2016, ele apareceu de cabelo platinado. Aqui e ali apareceram tatuagens. A mulher do canhotinha definiu o marido, levemente transformado: “É sua melhor versão”. Com a chegada do uruguaio Luiz Suárez, em 2014, deu-se a formação do trio MSN – selado nos gramados e, claro, no churrasco de recepção.

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“NeyMessi” nos tempos de Barcelona – Denis Doyle/Getty Images

Mas então, passado um tempo, Neymar intuiu que seu sonho de ser o melhor do mundo, o rei sol ao redor de quem todos girariam, tinha em Messi um inimigo cordial. O pai não parava de lhe dizer que seria preciso se afastar do amigo, ao menos dentro de campo. Em 2015, Messi foi eleito o número 1 do mundo. Em 2013, 2014, 2016 e 2017, a láurea foi de Cristiano Ronaldo (sim, naqueles anos poderia ser mais complicado dividir camisa com o português para se destacar, sobretudo porque ele sempre foi dado a pavonices de um popstar). O que fazer, portanto, para atrair as luzes da ribalta? Ir embora. Ao deixar o Barcelona a caminho do PSG. Neymar atrairia todas as atenções em Paris, e conseguiria enfim ser o ímã (até a explosão de Mbappé, mas aí é outra história).

Pelo Barcelona, Neymar e Messi ganharam juntos a Liga dos Campeões (2015), o Mundial de Clubes (2015), o Campeonato Espanhol (2015 e 2016), a Copa do Rei da Espanha (2015, 2016 e 2017) e a Supercopa da Espanha (2014). Quando o brasileiro disse adeus, porque precisava cuidar da vida, Messi não gostou. Eis o que ele disse, segundo reportagem da revista France Football. “Somente juntos poderemos vencer a Champions League. Eu quero que você volte. Daqui a dois anos eu vou embora e você ficará sozinho. Tomará meu lugar”.

O mundo deu voltas, e a dupla voltou a se reunir no PSG. Se dará certo, só o tempo dirá. Mas é inegável que Neymar perderá o brilho individual que foi buscar na França. Ele mesmo sabe disso, ao ponto de já ter oferecido a camisa 10 ao recém chegado. Mas sorte do brasileiro não ter mais de enfrentar o argentino.

Na única final de clubes disputada entre eles, Messi levou a melhor. Foi na decisão do Mundial de Clubes de 2011, com vitória europeia por 4 a 0, em Yokohama, no Japão. Considerando partidas de clubes e seleções, inclusive a final da Copa América deste ano, Messi tem quatro vitórias e Neymar, duas. O argentino marcou seis gols e o brasileiro, um.

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