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GRUPO D – Nigéria: crise de goleiros e mais um encontro com a Argentina

Pela quinta vez em seis participações, africanos (liderados por Moses) enfrentam os sul-americanos na primeira fase

Por Fernando Beagá |
Victor Moses

O atacante Victor Moses em ação pela Nigéria durante amistoso contra a Polônia em Wroclaw

A Nigéria é uma potência nas competições de jovens, com cinco títulos mundiais sub-17 (os mais recentes em 2013 e 2015). Mas elencos campeões nessa categoria nem sempre se perpetuam até a seleção principal — isso acontece com muitos países, inclusive com o Brasil. Da conquista dos nigerianos em 2013, há apenas dois personagens que estarão na Copa do Mundo da Rússia: o goleiro Francis Uzoho e o atacante Kelechi Iheanacho.

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Uzoho tinha apenas quinze anos quando foi campeão do mundo, na reserva. Desenvolvido na base do Deportivo La Coruña, estreou precocemente na liga espanhola ano passado. Logo voltou ao time B, que disputa a terceira divisão, por causa da dificuldade com a língua local. Assim, manteve o ritmo de jogo exigido pelo holandês Gernot Rohr, técnico da Nigéria. O país vive uma crise de goleiros. O ídolo Enyeama se aposentou da seleção em 2015. Seu substituto, Carl Ikeme, foi diagnosticado com leucemia e está afastado do futebol há um ano. Os nomes seguintes da fila, Ike Ezenwa e Daniel Akpeyi, não passaram segurança e abriram espaço para Uzoho, escalado nos últimos amistosos.

Logo depois de ser a estrela da conquista sub-17 de 2013, Iheanacho foi comprado pelo Manchester City, da Inglaterra, por 1,1 milhão de euros. Foi lapidado e lançado entre as feras na temporada 2015/2016 — entrando com frequência nas partidas, somou catorze gols. Na seguinte, perdeu espaço após a chegada do alemão Sané, do inglês Sterling e do brasileiro Gabriel Jesus. Na última janela de transferências do verão europeu, o Leicester investiu 27 milhões de euros na contratação do jovem nigeriano, que ainda não se firmou, ao contrário de seu compatriota, o volante Wilfred Ndidi (também com 21 anos), titular absoluto do time inglês.

Outros dois destaques das “superáguias” (o extravagante uniforme simula penas da ave) também se desenvolveram em solo britânico, a ponto de defenderem as seleções de base locais. O jovem atacante Alex Iwobi, do Arsenal, optou por sua terra natal, de onde saiu aos quatro anos de idade. Victor Moses, o craque nigeriano, mudou-se para Londres aos 11 anos por causa de um triste episódio. Por intolerância religiosa, os pais (pastores) foram assassinados. Teve que ser exilado. Destacou-se em torneios infantis, foi descoberto pelo Crystal Palace e construiu sua carreira na Premier League. Hoje, é fundamental no meio-campo do Chelsea, pelo lado-direito.

Em sua sexta participação em Copa do Mundo, será a quinta vez que a Nigéria estará no mesmo grupo (D) que a Argentina. O retrospecto é desanimador: os sul-americanos venceram todas. Dessa vez, encontram-se na última rodada (26 de junho, em São Petersburgo) e os africanos esperam não depender dessa partida para garantir a classificação às oitavas, degrau maior que já alcançaram em três ocasiões (1994, 1998 e 2014). Na chave ainda estão Croácia e Islândia.

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