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Final no Bernabéu ou no tribunal? Possíveis desfechos de River x Boca

Impasse entre Conmebol e clubes também coloca em dúvida quem a América do Sul terá como representante no Mundial de Clubes. Advogado opina

O calendário avança e a indefinição a respeito do desfecho da final da Copa Libertadores 2018, continua. A confusão entre Conmebol, Boca Juniors e River Plate, depois do adiamento da final – devido ao ataque de torcedores do River ao ônibus que levava os jogadores rivais -, se torna ainda maior porque faltam menos de duas semanas para o início do Mundial de Clubes da Fifa e a América do Sul segue sem um representante.

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O jornal argentino La Nación cravou, nesta quinta-feira, 29, que o clássico irá ocorrer no estádio Santiago Bernabéu e a Conmebol deve fazer o anúncio em breve, mas, apesar da suposta definição, ainda sobram questionamentos. Haverá jogo? Onde? Se não houver, quem será declarado campeão? E se não houver definição, quem irá para o Mundial? O impasse chegou a entusiasmar até torcedores de Palmeiras e Grêmio (semifinalistas da Libertadores), mas de acordo com André Sica, especialista em Direito Desportivo, a tendência é que a bola role – apesar de o Boca deixar claro que prefere ser coroado na Justiça.

Entrevistado por VEJA, o advogado André Sica, esclareceu quais são as possibilidades mais prováveis. Segundo ele, avaliando a postura do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, a decisão com maior probabilidade é a de que o jogo seja realizado. “O Alejandro (Domínguez) já fez uma carta aberta onde declara que o futebol deve ser decidido dentro de campo, foi uma mensagem bastante clara de que o jogo vai ocorrer”, disse. De acordo com a imprensa argentina, o mais provável no momento é o que o Superclássico ocorra em Doha, no Catar. 

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O capitão do Boca, Pablo Perez, teve o olho ferido Juan Mabromata/AFP

O Boca Juniors tem menos chance de que suas exigências sejam atendidas pelo Comitê Disciplinar, mas tudo depende da definição do grau de responsabilidade do River no incidente envolvendo seus torcedores. Em 2015, um caso similar aconteceu no clássico, válido pelas oitavas de final da Libertadores, na Bombonera, quando torcedores do Boca atiraram gás de pimenta no túnel de entrada dos jogadores do River. O jogo foi cancelado e a Conmebol eliminou os xeneizes da competição.

“Uma final sempre envolve fatores importantes. É uma decisão muito mais delicada (do que a de 2015). Em segundo lugar, aquele episódio ocorreu dentro do estádio, o que muda bastante, porque neste caso a responsabilidade do clube é muito clara. O atual incidente aconteceu nas redondezas do estádio, ou seja, é preciso ver se eles entendem que foi tão próximo a ponto de atribuir a responsabilidade ao River. Existe a chance de tomarem a mesma decisão de 2015, mas também existem fatores diferenciais”, explicou.

A chance mais improvável, mas também existente, é a de uma participação de Palmeiras ou Grêmio no Mundial de Clubes. Caso a indefinição se arraste até o dia 12 de dezembro, data de início do Mundial, os clubes brasileiros, semifinalistas da Libertadores, teriam ‘remotas’ chances de participar.

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“A probabilidade de a vaga ficar com um terceiro clube é muito baixa. Terá uma primeira decisão do Comitê Disciplinar e essa decisão é apelável. Então, o Boca deve utilizar esse recurso, mas, provavelmente, a apelação será julgada antes do dia 12 de dezembro”, finalizou Sica.

Caso a Conmebol ordene a realização da partida e o Boca se negue a jogar, o River será declarado campeão por W.O. O clube da Bombonera ainda poderia apelar ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte, na Suíça) pelo título, mas a esta altura provavelmente o River já teria participado do Mundial.

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