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Fifa investiga Del Nero por suspeita de receber propinas na Copa de 2014

Detalhes são mantidos em sigilo pelo Comitê de Ética da entidade. Se comprovada a irregularidade, presidente licenciado da CBF seria banido do futebol

Por Da Redação |
Marco Polo Del Nero durante a convocação da seleção brasileira para os primeiros jogos das eliminatórias para a Copa de 2018, na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (17)

Marco Polo Del Nero durante a convocação da seleção brasileira para os primeiros jogos das eliminatórias para a Copa de 2018, na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (17)

O presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, está sendo investigado na Fifa por suspeitas de ter recebido propinas na Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Os detalhes são mantidos em sigilo pelo Comitê de Ética da entidade, que argumenta não poder dar informações para não prejudicar a apuração e comprometer as denúncias. Se comprovada a irregularidade, Del Nero seria banido do futebol – não poderia exercer qualquer tipo de função em clubes, ligas ou mesmo agir como consultor.

Os dados foram enviados ao Comitê de Ética da Fifa por “múltiplas fontes”, segundo pessoas próximas ao caso. Uma delas teria sido a CPI do Futebol no Senado que, no dia 11 de novembro, encaminhou dossiê contra Marco Polo Del Nero para Zurique. Doze dias depois, a Fifa abriu um processo formal contra o dirigente. Um dos pontos investigados é a suspeita de que o cartola recebeu subornos de empresas para facilitar seu acesso ao Comitê Organizador Local da Copa (COL) e em diferentes sedes do Mundial como patrocinadoras ou apenas como fornecedoras. Durante a Copa, mais de 1000 contratos foram assinados.

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Del Nero entrou para o COL em maio de 2012, indicado pela Fifa e no auge do conflito entre os cartolas e o governo. Naquele momento, não existia garantia de que os 12 estádios ficariam prontos e o governo bancaria os empréstimos, como a CBF e a Fifa pressionavam. Por dois anos, Del Nero passou a fazer parte de todas as reuniões e decisões do grupo que recebeu mais de 400 milhões de dólares da Fifa para montar o evento.

Em abril de 2015, quase um ano depois de terminada a Copa do Mundo, Del Nero assumiu a presidência do COL, com o fim do mandato de José Maria Marin da presidência da CBF. Del Nero, então, passou a acumular os cargos de sócio e diretor-presidente, com um salário de 110.000 reais por mês. Seu mandato iria até janeiro de 2016, quando o COL oficialmente seria desfeito.

Fontes próximas ao caso indicaram que o comitê recebeu “volume massivo” de dados relacionados a Del Nero, inclusive com suspeita de uma “mesada” por causa dos contratos. A investigação também apontou que Del Nero criou uma série de “escudos”, evitando que os pagamentos ocorram em seu nome e designando empresas de fachada e aliados para que fossem usados como intermediários. Por isso, a quebra de sigilo bancário não se limitou ao dirigente.

Em um primeiro momento, Del Nero poderia ser suspenso por 90 dias na Fifa, enquanto seu caso seria examinado. A previsão do Comitê de Ética era de que, com os casos dos presidentes suspensos da Fifa e da Uefa, Joseph Blatter e Michel Platini, na agenda para os dias 16 e 17 de dezembro, o processo de Del Nero deveria ficar apenas para 2016, mas com o indiciamento nos Estados Unidos, o brasileiro pode ver seu caso ser acelerado na Fifa.

(com Estadão Conteúdo)

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