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Ex-atletas liderados pelo Bom Senso fazem protesto na sede da CBF; secretário apoia Del Nero

Ex-jogadores como Raí e Alex lideraram a manifestação contra os recentes escândalos envolvendo os cartolas da CBF; Documento assinado por cerca de 130 pessoas pede renúncia de Del Nero e investigação de ex-mandatários da entidade

Por Da Redação |
Ex-jogadores leem manifesto durante ato #OcupaCBF, convocado por jogadores, ex-jogadores, técnicos e artistas, que pede mais transparência no comando do futebol brasileiro, em ato na frente da sede da entidade, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro - 15/12/2015

Ex-jogadores leem manifesto durante ato #OcupaCBF, convocado por jogadores, ex-jogadores, técnicos e artistas, que pede mais transparência no comando do futebol brasileiro, em ato na frente da sede da entidade, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro – 15/12/2015

Um protesto de ex-atletas, técnicos e artistas, liderado pelo movimento Bom Senso, parou a entrada da sede da CBF, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na tarde desta terça-feira. O grupo de manifestantes se juntou para pressionar a entidade e mostrar seu descontentamento perante os recentes escândalos de corrupção envolvendo o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e os dois ex-mandatários da entidade Ricardo Teixeira e José Maria Marin, que foi extraditado aos Estados Unidos e está sob prisão domiciliar em Nova York.

Um manifesto foi assinado pelo grupo a favor da renúncia de Del Nero e de uma reforma geral do futebol brasileiro, incluindo maior transparência no órgão máximo da modalidade. Entre as cerca de 130 pessoas que assinaram o documento, além de nomes ligados ao futebol como ex-jogadores e técnicos, estão alguns artistas como Chico Buarque, Wagner Moura, Jô Soares e Luciano Huck.

Na frente da sede da CBF se pronunciaram alguns jogadores. Raí, ex-jogador do São Paulo e da seleção brasileira, leu o manifesto que apresenta as reivindicações do movimento. O grupo pede que a Procuradoria-Geral da República investigue os três últimos presidentes da CBF – Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero – e que a entidade convoque novas eleições para a presidência da entidade.

Os signatários pedem ainda mudanças no estatuto, como o fim da cláusula que exige que um candidato tenha o apoio por escrito de pelo menos oito federações e cinco clubes. Além de Raí, os ex-jogadores Alex, Carlos Alberto Santos e Djalminha também estiveram presentes, assim como o técnico Paulo Autuori.

Walter Feldman – Após o protesto simbólico diante do prédio da CBF, os líderes do movimento e toda a imprensa foram chamados para acompanhar uma coletiva com o secretário-geral da CBF, Walter Feldman.

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“Está na Constituição a presunção da inocência. Não há elemento para fazer pré-julgamento do presidente Marco Polo. Temos segurança do que está sendo feito. Amanhã (quarta-feira) ele estará na CPI do Senado para se manifestar a respeito. É a primeira vez que ele terá a oportunidade de apresentar o que considera adequado. Não há motivo para renúncia ou abandono”, afirmou Feldman na entrevista coletiva.

Secretario Geral Walter Feldman durante Ato Publico em defesa do futebol Brasileiro na sede da CBF na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade VEJA

O secretário-geral também confirmou que a CBF apresentou um recurso sobre a decisão da Justiça de revogar a assembleia marcada para esta quarta-feira que definirá o novo cargo de Vice-presidente da CBF. Feldman defendeu a escolha de Antonio Carlos Nunes Lima, como novo vice-presidente da CBF, em substituição a José Maria Marin, preso desde maio. Se for eleito, o Coronel Nunes será o vice mais velho da CBF e, assim, poderá assumir a presidência em caso de renúncia definitiva de Marco Polo Del Nero, hoje licenciado para se defender de acusações de corrupção formuladas pelas autoridades americanas. A escolha seria uma manobra para impedir que Delfim Peixoto, principal opositor de Del Nero e até então o vice-presidente mais velho, assuma o cargo.

“Nunes tem um abaixo-assinado da totalidade das federações. Essa é uma manifestação do colégio eleitoral. Em geral, são os presidentes das federações que fazem a escolha. Os clubes da Série A e Série B optam pelo presidente Nunes. Se essa é a opção da maioria do colégio eleitoral, eu acompanho”, declarou o secretário.

Ainda sobre o movimento, Feldman afirmou estar aberto ao diálogo: “Não há problema em receber manifestação. Havia a expectativa de que eles fizessem a entrega de algum documento e seriam recebidos normalmente”, disse o dirigente.

(Com Estadão Conteúdo e Gazeta Press)

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