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Documentos comprovam: Di Stéfano poderia ter jogado no Barcelona

Contrato de 1953 encontrado recentemente pelo River Plate mostra que maior ídolo da história do Real Madrid já estava acertado com o rival

Por Da redação |
O argentino naturalizado espanhol Alfredo di Stéfano comemora um gol pelo Real Madrid contra seu ex-clube, o Barcelona, nos anos 1950

O argentino naturalizado espanhol Alfredo di Stéfano comemora um gol pelo Real Madrid contra seu ex-clube, o Barcelona, nos anos 1950

Alfredo Di Stéfano, ex-jogador argentino morto em 2014, foi uma das maiores lendas do futebol e ídolo histórico do Real MadridNa época em que foi contratado pelo clube espanhol, em 1954, o meia-atacante de rara habilidade atuava pelo Millonarios, da Colômbia, mas tinha seus direitos econômicos pertencentes ao River Plate. Uma enorme confusão, porém, impediu um fato que mudaria para sempre a história do futebol espanhol: na verdade, Di Stéfano foi contratado junto ao clube argentino pelo Barcelona, como comprovam documentos de 1953 recentes encontrados nos escritórios do River Plate.

Di Stéfano no Real Madrid em 1956 Allsport Hulton/Archive/VEJA

O fato de o Real ter atravessado a negociação com o rival já era conhecido e se tornou alvo de diversas teorias desde a década de 50. Há quem diga que o governo franquista tenha intercedido em favor do clube da capital (fato jamais comprovado). Di Stéfano chegou a vestir a camisa azul e grená em amistosos, mas estreou oficialmente na Espanha já vestindo a camisa branca do Real. Segundo reportagem do jornal El País, documentos achados em Buenos Aires 64 anos depois provam que o Barcelona foi passado para trás.

O River encontrou nas gavetas do estádio Monumental de Núnez mais de 30 páginas referentes às negociações com o Barcelona. O clube catalão pagaria 2 milhões de pesos (pouco mais de 270.000 reais) para ter o fenômeno sul-americano – metade do valor em primeira instância e o restante dividido em três parcelas. Os comprovantes existentes confirmam o primeiro pagamento.

“É de nosso total agrado o acordo feito por Di Stéfano. Tudo indica que o jogador se incorpore física, jurídica e efetivamente ao Barcelona, antes do dia 26 de julho. Em caso de qualquer impasse derivado de sua atuação na Colômbia, há possibilidade de o contrato ser rescindido”, dizem os documentos.

O Real Madrid, porém, atravessou a negociação e o River comunicou ao Barcelona a desistência do acordo, encaminhando o jogador ao clube de Madri. Mesmo numa época pré-globalização, sem transmissões ao vivo ou redes sociais, o caso ganhou enorme repercussão na Espanha.

O “estrago” para o Barcelona só aumentaria a cada temporada de sucesso de Di Stéfano na capital espanhola: a “Flecha Loira”, como era chamado, fez 510 partidas oficiais e marcou 418 gols pelo Real Madrid, vencendo cinco Liga dos Campeões e oito campeonatos nacionais. Di Stéfano ainda se tornou técnico e presidente da equipe. Morreu em julho de 2014, aos 88 anos.

Brasileiro Kaká cumprimenta Alfredo Di Stéfano, em 2009 Denis Doyle/Getty Images/VEJA

(com Gazeta Press)

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