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Del Nero negociou contratos que levaram Marin à prisão

Na semana passada, dirigente da CBF negou participação nos acordos firmados por seu antecessor, mas documentos provam o contrário

Por Da Redação |
Os presidentes da CBF, José Maria Marin, e da federação paulista, Marco Polo Del Nero, em audiência pública sobre a Copa de 2014, na Câmara, na semana passada

Os presidentes da CBF, José Maria Marin, e da federação paulista, Marco Polo Del Nero, em audiência pública sobre a Copa de 2014, na Câmara, na semana passada

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, afirmou na última sexta-feira que não teve nenhuma participação nos acordos assinados durante a gestão de seu antecessor, José Maria Marin, que segue preso em Zurique por casos de corrupção. No entanto, o jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira exibiu documentos que comprovam a participação de Del Nero nos contratos assinados por Marin. Ainda na condição de vice-presidente da CBF, Del Nero referendou as contas de seu antecessor e participou do fechamento de pelo menos dez de treze contratos de patrocínio, entre 2012 e 2015.

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Pouco antes de assumir a presidência, Del Nero assinou, junto a Marin, o balanço de demonstrações financeiras da entidade em abril deste ano – as receitas de 2014 chegaram a 359 milhões de reais, mostrou o jornal. Segundo o diretor financeiro da CBF, Rogério Caboclo, Del Nero não era obrigado a assinar o documento segundo os estatutos da entidade.

Empresários ouvidos pelo jornal ainda disseram que Del Nero era “figura onipresente” nas negociações da CBF durante toda a gestão de Marin. Na sexta-feira, em depoimento na sede da entidade na Barra da Tijuca – da qual foi retirado o nome de José Maria Marin da fachada -, Del Nero disse que não assinou nenhum contrato e que “vice não manda, apenas cumpre determinação”.

José Maria Marin foi preso, a pedido da Justiça dos Estados Unidos, acusado de desviar dinheiro de comissões em contratos fechados pela CBF. Segundo o FBI, Marin dividiu propina com a empresa Traffic e com outros dois outros dirigentes da CBF – que foram chamados apenas de “co-conspiradores”, mas que, segundo a descrição dos investigadores, poderiam ser Ricardo Teixeira e Del Nero – em contratos referentes aos direitos da Copa do Brasil, um dos principais torneios de clubes do país. Marin segue detido em uma prisão nos arredores de Zurique, na Suíça.

(Da redação)

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