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Criticados e pressionados, jogadores da seleção saem da “retranca” nas entrevistas

A cobrança por um futebol vistoso e críticas direcionadas a alguns nomes do elenco irritam os atletas brasileiros

Por Alexandre Salvador |
Atacante Fred vem sendo bastante criticado por suas atuações na Copa

Atacante Fred vem sendo bastante criticado por suas atuações na Copa

As dificuldades enfrentadas pela seleção brasileira não se restringem aos limites do campo de jogo. Após o empate sem gols contra o México, na última terça-feira, os jogadores brasileiros também têm trabalho para responder os questionamentos dos jornalistas, que insistem em estabelecer comparações entre o time que disputou a Copa das Confederações, no ano passado, e a equipe que joga o Mundial de 2014. Foi justamente em uma pergunta que relativizava os dois grupos que o lateral Daniel Alves aproveitou para tentar botar uma pedra nesse assunto.

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“A gente não é a seleção da Copa das Confederações, e nem tem que ser, porque estamos jogando um Mundial com um nível de exigência bem maior. Esse objetivo é maior e mais difícil do que o outro, não pode haver essa comparação”, disse o camisa 2 da seleção. O discurso dos atletas está em sincronia quase perfeita. Na sexta, o zagueiro David Luiz havia dito algo muito semelhante. “Nossa vontade de ganhar a Copa das Confederações era maior do que a dos outros times. Na Copa do Mundo, é diferente o interesse.”

Outro ponto sensível para os jogadores é a crítica direcionada a um dos integrantes da seleção. O estopim para Daniel Alves foi um comentário feito pelo ex-atacante inglês Alan Shearer, atual comentarista da TV inglesa BBC, criticando o desempenho do camisa 9 ao dizer, em entrevista, que ele não “pode ser o centroavante de uma seleção brasileira num Mundial”.

Alves classificou o comentário como “babaca”, e desabafou: “Se escutarmos muito (as críticas) vamos sair do caminho, muita informação chega sem critério nenhum. O caminho é não escutar muito, as pessoas são pessimistas. Precisamos fechar os olhos e não escutar‏.” Outro jogador sobre o qual levantam algumas dúvidas é o goleiro Julio Cesar. Na última quinta, em entrevista coletiva, o próprio camisa 12 rebateu os tais pessimistas, com fina dose de ironia. “Existem muitos pontos de interrogação em relação ao meu trabalho. Eu não quero rebater ninguém, quero comemorar com quem falou mal de mim.”

O grupo, como se diz no linguajar dos boleiros, está fechado inclusive nas patadas.

Invasão de vizinhos – Nos instantes finais do último treino da seleção na Granja Comary, um episódio inédito deve ter tirado do sério o técnico Luiz Felipe Scolari, que havia pedido a cooperação dos vizinhos do centro de treinamento para que não interferissem muito nos treinamentos. Um grupo de crianças pulou a cerca que separa o condomínio fechado dos campos de jogo e correu em direção aos jogadores brasileiros, que encerravam a prática de cobranças de falta. Os invasores foram rapidamente controlados pelos seguranças da CBF, mas a segurança do local foi reforçada logo em seguida – viaturas da polícia militar se colocaram entre os torcedores e os atletas.

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