O Corinthians foi absolvido, por maioria de votos, pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da acusação de irregularidade na escalação do volante Petros na partida contra o Coritiba, válida pela 13ª rodada do Brasileiro. Caso fosse considerado culpado no julgamento na manhã desta quinta-feira, o time poderia perder quatro pontos no Brasileirão, o que complicaria sua busca por uma vaga na Libertadores. Inter e Grêmio, equipes logo abaixo do Corinthians na tabela, participaram do julgamento como partes interessadas e demonstraram revolta com a absolvição. Outros réus do caso, a CBF foi multada em 10.000 reais e a Federação Paulista de Futebol (FPF) foi absolvida. Após a decisão, o Corinthians usou as redes sociais para provocar os rivais gaúchos.
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O clube paulista já havia sido absolvido em julgamento de primeira instância, pela 5ª Comissão Disciplinar do STJD. Inicialmente, a procuradoria denunciou o clube paulista depois de o Departamento de Registro e Transferência da CBF apurar que o contrato de Petros fora registrado no dia 1.º de agosto, uma sexta-feira. Mas o novo vínculo entre o Corinthians e o jogador foi incluído no Boletim Informativo Diário da CBF (registro de jogadores) no dia seguinte, data em que a entidade não tem expediente. A procuradoria argumentou que, por isso, Petros só poderia estar apto para atuar na segunda-feira, mas o atleta participou do jogo com o Coritiba no domingo do dia 3 de agosto. O relator do caso, Flávio Zveiter, considerou que o erro foi cometido pela CBF e isentou o Corinthians e a FPF da irregularidade.
Petros tinha vínculo de empréstimo com o Corinthians até 2015, mas o clube resolveu fazer um contrato fixo com o jogador e, no registro deste contrato físico se deu o imbróglio. Diante disso, o procurador Paulo Schimitt amenizou a situação do Corinthians. Já o advogado do Internacional, Rogério Pastl, parte interessada, defendeu a invalidação do contrato de Petros. “O Corinthians resolveu fazer um contrato novo. Não há como admitir a vigência de um contrato esportivo antes de um contrato de trabalho. Não deveria valer o contrato anterior se foi feito um novo vínculo. Esse é o famoso contrato de gaveta.” Em seguida, o advogado Gabriel Vieira, do Grêmio, apenas concordou com as considerações do defensor do rival gáucho.
Provocações – O advogado do Corinthians, João Zanforlin, iniciou a defesa ironizando a participação de Internacional e Grêmio no caso. “Temos de acreditar nos milagres do futebol e está acontecendo um aqui: Internacional e Grêmio estão unidos pela primeira vez”, afirmou. Minutos depois do julgamento, o Corinthians fez uma provocação aos gaúchos. Em sua conta oficial no Twiitter, o clube paulista divulgou uma imagem com os dois mascotes da Olimpíada de 2016 abraçados, como se fossem os “mascotes do Brasileirão”. O azul, uma das cores do Grêmio, trazia no peito a inscrição “7 x 1” em seu peito. O amarelo foi pintado de vermelho, cor do Internacional, e trazia em seu peito a inscrição “DVD”.
A provocação ao Internacional é antiga e vem desde 2009. Na ocasião, durante a decisão da Copa do Brasil, vencida pelo Corinthians, o então vice-presidente de futebol do clube gaúcho, Fernando Carvalho, elaborou um DVD com supostos erros de arbitragem a favor do time paulista. E a provocação ao Grêmio tem um alvo: Luiz Felipe Scolari. O “7 x 1” é referência à goleada sofrida pelo Brasil diante da Alemanha na semifinal da última Copa do Mundo, sob a direção de Scolari. Depois da derrota no último domingo para o Corinthians, Felipão criticou as autoridades do futebol no país e afirmou que existe um complô contra os clubes gaúchos em favor dos paulistas e cariocas. O Grêmio respondeu à provocação ao postar, também via Twitter, um vídeo com os melhores momentos do empate entre Grêmio e Corinthians que rebaixou a equipe paulista à Série B em 2007.
Saíram os mascotes do Brasileirão pic.twitter.com/EnQfNy4oAf
– Corinthians (@Corinthians) 27 novembro 2014
(Com Estadão Conteúdo)