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Goleiro Bruno se entrega à polícia antes de receber voz de prisão

Como a delegacia ainda não havia sido informada da decisão do STF, o jogador do Boa Esporte foi liberado e prometeu se entregar amanhã

Por Eduardo Gonçalves |

O goleiro Bruno se entrega em Varginha, no Sul de Minas

Para demonstrar que não pretende fugir do país, o goleiro Bruno Fernandes decidiu se apresentar nesta terça-feira à Polícia Civil de Varginha (MG) antes mesmo de o mandado de prisão chegar à delegacia. Por 3 votos a 1,  a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a liminar do ministro Marco Aurélio Mello e o mandou de volta para a cadeia. Como a decisão saiu hoje à tarde,  a polícia ainda não foi oficialmente informada. Por isso, Bruno acabou sendo liberado após assinar um termo no qual se comprometia a se entregar nesta quarta-feira por volta das 12 horas.

Logo após o julgamento do STF, o advogado do goleiro, Lucio Adolfo, já havia dito que era “zero” a probabilidade de fuga do jogador contratado pelo Boa Esporte, time que disputa a segunda divisão do Brasileiro, desde março.

Condenado a 22 anos e três meses de prisão por homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver de Eliza Samudio, Bruno ficou preso preventivamente durante seis anos e sete meses. Atualmente, um condenado pode ir para a cadeia com sentença em segunda instância, mas Bruno estava encarcerado por todo esse tempo com condenação apenas em primeira instância.

Sua defesa aproveitou a brecha, provocada pela lentidão do processo, e recorreu ao STF. Em fevereiro, o ministro Marco Aurélio Mello acolheu o argumento de que Bruno estava na cadeia havia anos sem “culpa formada”, pois não havia sentença de segundo grau, e determinou a sua soltura. A decisão liminar foi anulada hoje pela Primeira Turma do STF. 

Em seu voto, o ministro relator Alexandre de Moraes considerou não haver excesso de prazo de prisão preventiva por se tratar de um caso complexo, e enfatizou a periculosidade de Bruno e a gravidade do crime atribuída a ele. “Sua personalidade é desvirtuada e foge dos padrões mínimos de normalidade”, escreveu o ministro, citando trecho da sentença do Tribunal do Júri. Seguiu a sua opinião os ministros Luiz Fux e Rosa Weber. O único a votar contra foi Marco Aurélio, que afirmou que a Corte não pode se pautar pelo “clamor social” de uma sociedade que “quer vísceras e sangue”.

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