O ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, declarou durante uma audiência sobre a contratação do brasileiro Neymar que o clube catalão pagou 301.000 euros (cerca de 910.000 reais) para transportar o atleta, seus familiares e amigos à Espanha no dia de sua apresentação, em 3 de junho de 2013. De acordo com a rádio espanhola Cadena Ser, que teve acesso ao depoimento de Rosell ao juiz Pablo Ruz em julho, o Barcelona teria aceitado todas as condições impostas pelo pai de Neymar e teria fretado um avião para levar o ex-jogador do Santos até o Camp Nou. Rosell, no entanto, ressaltou que apenas obedeceu a exigências da seleção brasileira, que queria ter o jogador de volta ao grupo que disputaria a Copa das Confederações o mais rápido possível.
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“Fizemos com que Neymar chegasse tranquilo e descansado. É o que fazemos com grandes jogadores, que são o ativo mais importante de um clube, temos de cuidá-los como ouro.” Rosell negou a informação de que um avião à parte teria sido pago para transportar “Los Toiss”, como são chamados os amigos de Neymar pela imprensa espanhola. Segundo ele, Neymar e sua comitiva chegaram a Barcelona no mesmo voo. A rádio informou também que o Barcelona pagou 8.000 euros (cerca de 24.000 reais) a Neymar pai, para que ele abrisse um escritório de sua empresa na cidade espanhola. “Eles consideravam, e nós aceitamos, que para atrair novos patrocinadores, eles teriam de montar sua própria estrutura e isso demandaria gastos.” Rossel teria dito ainda que aceitou pagar pela mudança dos familiares do jogador, pois “Neymar deve estar próximo de seu pai para manter um estilo de vida de acordo com a de um jogador profissional do Barcelona”.
Por fim, Rosell disse não ter tentado burlar as leis fiscais espanholas durante a contratação de Neymar e disse não ter fechado nenhum contrato de direito de imagem com o craque, pois “não era necessário no primeiro ano e era melhor esperar a Copa do Mundo”. No depoimento de Rosell, sobrou até para a seleção brasileira. “Agora é a hora de explorar a imagem de Neymar em seu país, mas com a camiseta do Barça, porque para os brasileiros a sua seleção é uma vergonha neste momento”, teria dito Rosell no tribunal. Ele teve de deixar a presidência do Barcelona no início do ano depois que um sócio do clube denunciou irregularidades na contratação de Neymar. No começo deste mês, o pai do atacante depôs ao juiz da Audiência Nacional, Pablo Ruz, e disse que seu filho recusou propostas superiores do Real Madrid.
