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Após caso Neymar, Nike se diz ‘profundamente preocupada’ com Caboclo

Em uma semana, patrocinadora da CBF teve de lidar com duas denúncias de assédio sexual na seleção brasileira

Por Luiz Felipe Castro |
Neymar e Rogerio Caboclo -

Neymar e Rogério Caboclo –

A crise instalada na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que culminou no afastamento de 30 dias do presidente Rogério Caboclo, acusado de assédio moral e sexual por uma funcionária da entidade, preocupa os patrocinadores da seleção brasileira. No caso da fornecedora de material esportivo Nike, a mais longeva das parceiras, o caso ganhou especial atenção, pois, na semana passada, a própria marca americana se viu envolvida em um escândalo semelhante envolvendo o principal jogador da equipe, Neymar.

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“A Nike está profundamente preocupada com as graves acusações feitas ao presidente da CBF. Seguimos acompanhando de perto a apuração do caso e qualquer investigação futura. Esperamos que todas as descobertas sejam acionadas rapidamente”, afirmou a empresa, em nota, ao ser consultada por PLACAR nesta segunda-feira, 7.

Patrocinadora da CBF desde 1997 e responsável por boa parte da receita de 365 milhões de reais anuais de patrocínio da entidade, a Nike se posicionou na semana passada sobre outra grave denúncia, feita por uma funcionária sua, contra Neymar. Em 28 de maio, o diário americano Wall Street Journal, noticiou que o surpreendente rompimento do astro do PSG com a Nike, em 2020, se deu devido a não cooperação do jogador em uma investigação interna, aberta a pedido da funcionária, que diz ter sido abusada por ele em 2 de junho de 2016, em um hotel de Nova York.

Na ocasião, a Nike emitiu um comunicado reforçando a sua posição, mas ressaltou que a investigação foi inconclusiva e que o tema estava encerrado, afinal Neymar não é mais garoto-propaganda da empresa – acertou com a Puma, semanas depois do rompimento.

“Em 2019, quando a funcionária posteriormente manifestou interesse em prosseguir com o assunto, agimos imediatamente. A Nike solicitou uma investigação independente e contratou um advogado independente para a funcionária, de sua escolha e às custas da empresa. A investigação foi inconclusiva. Não emergiram fatos suficientes que nos permitam falar substancialmente sobre o assunto. Seria inapropriado para a Nike fazer uma declaração acusatória sem poder oferecer fatos que a suportem. A Nike encerrou sua relação com o atleta porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa-fé de alegações críveis de uma funcionária. Continuamos respeitando a confidencialidade da funcionária e reconhecemos que essa tem sido uma longa e difícil experiência para ela.”, diz um dos trechos do comunicado da Nike.

SORRISO AMARELO - Neymar cobriu o logo da Nike com emojis: na sequência, baixou o tom – Reprodução/Instagram

Neymar e seu estafe, porém, negaram a acusação e a suposta falta de cooperação e disseram que a quebra do contrato se deu por motivos comerciais, que incluíam desentendimentos sobre a qualidade das chuteiras, que poderiam estar causando suas recorrentes lesões. Nas redes sociais, Neymar partiu para o ataque.

“Por ironia do destino, continuarei a estampar no meu peito uma marca que me traiu”, dissse ciente do fato de que seguirá vestindo Nike no PSG e na seleção. Em seguida, foi além: cutucou o antigo patrocinador ao cobrir o logo em uma foto, na camisa e no calção, com emojis.

Com o passar dos dias, no entanto, Neymar e sua equipe decidiram baixar o tom. “Não há provas, processo, nada. O assunto está encerrado”, disse o empresário Wagner Ribeiro, amigo da família, a VEJA. A estratégia, tanto do jogador quanto da Nike, é deixar que a história caia no esquecimento. A marca, porém, agora tem de lidar com nova denúncia envolvendo um de seus principais produtos, a seleção pentacampeã mundial.

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