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Advogado de Daniel Alves contesta vítima: ‘Houve cortejo sexual’

Jogador brasileiro acusado de estupro segue preso na Catalunha e julgamento ainda não tem data data para acontecer

O advogado de Daniel Alves, Cristóbal Martell, questionou a versão da suposta vítima de estupro. A defesa afirmou em entrevista à TV espanhola Telecinco, que o relatado aos policiais não condiz com o gravado pelas câmeras de segurança. De acordo com ele, nos testes realizados não foram encontrados indícios de violência.

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Essa história de medo e pavor não condiz em nada com o que se pode ver nas imagens do momento anterior na mesa VIP, onde já foi demonstrado que houve cortejo sexual. Eles dançam juntos, se esfregando, ele pega nas nádegas dela várias vezes, ela procura por ele, sem apreciar este cenário de horror que a jovem depois descreve perante o juiz”, disse o advogado de defesa.

O lateral brasileiro está detido desde 20 de janeiro, sem direito a fiança, acusado de ter violentado uma jovem de 23 anos em uma boate em Barcelona, em 30 de dezembro do último ano. O julgamento ainda não tem data marcada e Daniel Alves continuará em prisão preventiva enquanto a investigação estiver em andamento.

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Recentemente, o Tribunal de Barcelona aceitou o recurso da defesa para que a avaliação psicológica da vítima seja realizada também pelos peritos da parte do jogador durante o interrogatório.

A versão da denunciante

A suposta vítima afirmou em conversas vazadas com um policial que Daniel Alves a insultou, jogou sua bolsa e começou a agredir. As falas divulgadas também mostram a jovem admitindo temer que ninguém acreditaria em sua versão.

Segundo a reportagem, o áudio com a suposta vítima foi registrado por um dos agentes da Mossos d’Esquadra, a polícia da Catalunha, que acidentalmente teria acionado uma câmera e gravado todo o depoimento.

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Ela diz que os policiais não acreditariam em sua versão, de ter sido supostamente violentada, porque as gravações das câmeras da boate mostrariam ela entrando voluntariamente no banheiro.

“Entrei voluntariamente no banheiro e, depois de alguns beijos, disse a ele que queria sair. Ele falou que não e fechou o trinco. Ele começou a me dizer coisas desagradáveis, como ‘você é minha p…’ e começou a me bater. Ele jogou minha bolsa no chão e me bateu”, disse aos agentes.

Uma amiga dela relata que “houve penetração”. A partir disso, a polícia aciona uma ambulância e a jovem volta a dizer que não acreditariam em sua versão. Logo após, a imagem é cortada.

“Ninguém vai acreditar em mim porque vão ver nas câmeras que entrei voluntariamente no banheiro”, afirma. De acordo com os jornais La Vanguardia El Publico, a gravação é um documento essencial para a investigação do caso.

No último dia 29 de abril, durante o programa de TV Ana Rosa, da mesma emissora espanhola Telecinco, a ex-mulher do jogador, Joana Sanz, negou a informação sobre um acordo entre o casal para que a modelo colaborasse no processo. Em suas próprias redes sociais, ela ainda afirmou que o brasileiro tem dificultado o processo de divórcio.

“É mentira. Não há acordo. Sim, estamos em processo de divórcio, que ele está recusando e isso complica tudo. E não, não estou recebendo dinheiro. Não entendo a necessidade de inventar notícias”, escreveu a modelo.

Segundo a jornalista Mayka Navarro, o divórcio formal ainda não foi confirmado, apesar da modelo ter anunciado a separação nas redes sociais. O adiamento da assinatura seria justificado por um pagamento de Alves, tendo em vista que a defesa do jogador utiliza o casamento com uma espanhola para provar à justiça que não há pretensão de fuga.

Para o promotoria, ele ainda é considerado uma pessoa com “alto risco de fuga”. Por esse principal motivo, o Ministério Público da Espanha negou todos os pedidos de liberdade até o momento.

Relembre o caso

No dia 21 de março, o Tribunal de Barcelona rejeitou o pedido feito pela defesa do jogador brasileiro para que o atleta respondesse ao processo em liberdade. Na decisão, os três juízes responsáveis, Eduardo Navarro, Myriam Linage e Carmen Guil, alegaram que há risco de fuga de Daniel Alves para o Brasil, além de diversos indícios do crime cometido pelo jogador de 39 anos. 

Daniel deu ao menos três versões para o ocorrido na boate Sutton, em 31 de dezembro. A princípio, ele havia negado qualquer tipo de abuso, afirmou que estava apenas dançando na boate e que nem sequer conhecia a mulher, em entrevista a uma emissora espanhola, dia 5 de janeiro.

Depois, no primeiro depoimento à juíza, o jogador da seleção brasileira disse que estava no banheiro quando a mulher entrou, mas que não teve contato algum com ela. Por fim, o jogador, que era casado com a modelo espanhola Joana Sanz, admitiu a relação sexual.

As investigações podem levar a uma punição severa ao brasileiro. Desde 7 de outubro do ano passado, vigora na Espanha a Lei de Garantia da Liberdade Sexual, conhecida popularmente como lei do “só sim é sim”, e diz respeito ao que configura sexo consensual (atual versão defendida por Daniel Alves).

De acordo com o jornal Mundo Deportivo, o ex-jogador de Juventus, Barcelona, PSG e São Paulo, entre outros clubes, pode pegar de um a quatro anos de prisão caso seja condenado por agressão sexual; no entanto, em casos de estupro com violência, como acusa a mulher, a pena pode chegar a 12 anos de detenção.

A denúncia se assemelha ao caso do ex-atacante Robinho, que no no passado foi condenado de forma definitiva pela Justiça italiana a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual em grupo contra uma jovem albanesa, ocorrido em 22 de janeiro de 2013, em uma casa noturna de Milão. O ex-jogador segue vivendo em liberdade em Santos (SP), pois o Brasil não extradita seus cidadãos.

 

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