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A consagração de Rapinoe, artilheira, craque, campeã…e desafeto de Trump

Irritado com críticas da atacante, presidente disse que ela deveria “ganhar antes de falar”; a capitã americana, então, ganhou todos os troféus possíveis

Por Da redação |
Megan Rapinoe com a chuteira e bola de ouro da Copa

Megan Rapinoe com a chuteira e bola de ouro da Copa em Lyon

Megan Rapinoe foi a grande protagonista da Copa do Mundo feminina feminino na França. Aos 34 anos, a capitã da seleção dos Estados Unidos faturou neste domingo, 7, em Lyon na França, seu segundo título mundial. De quebra, ainda terminou o torneio com a Bola de Ouro, de melhor jogadora, e a chuteira de ouro, de artilheira – com o gol marcado na vitória por 2 a 0 sobre a Holanda, na final, chegou a seis. Mas na Copa do Mundo, a atacante de cabelos roxos não se destacou apenas pelo seu exuberante futebol, mas também por seus posicionamentos políticos. Ela chegou a trocar farpas com o presidente Donald Trump, que disse que “ela deveria vencer antes de falar”, Pois Rapinoe venceu e deixa a França com todos os troféus possíveis.

A atacante do Seattle Rein é uma voz importante na luta contra o preconceito e também uma habitual crítica de Trump. O presidente americano a criticou por não cantar o hino nacional antes das partidas e por desdenhar de um eventual convite para visitar a Casa Branca, sede do governo federal americano, em Washington.

Rapinoe não cantou o hino ou colocou a mão no peito em nenhuma das partidas, em forma de protesto contra Donald Trump, a federação de futebol de seu país, a desigualdade entre homens e mulheres e em defesa da comunidade LGBTQ+. Antes, Rapinoe ajoelhava-se durante o hino americano. A federação impôs uma política que obriga todos a ficarem de pé durante a música, mas ela seguiu sem cantá-la.

Insatisfeito com a atitude da capitã americana, o presidente Donald Trump concedeu uma entrevista ao jornal americano The Hill no último dia 26, em que criticou as escolhas da jogadora. “Ela tem de vencer antes de falar”, disse Trump sobre os protestos de Rapinoe. “Megan não deveria nunca desrespeitar nosso país, a Casa Branca ou nossa bandeira, especialmente depois de tudo que foi feito por ela e pelo time. Seja orgulhosa da bandeira que defende. Os Estados Unidos estão indo muito bem”, disse o presidente.

Veja a tabela completa da Copa do Mundo feminina

As declarações de Trump vieram à tona depois que um vídeo de Rapinoe foi divulgado pela revista Eight by Eight. Perguntada se estaria empolgada em visitar a Casa Branca, Megan Rapinoe respondeu que “não iria à p…. de Casa Branca”. “Não irei à Casa Branca. Nós não vamos ser convidadas. Eu duvido”, completou a jogadora.

Em resposta à Rapinoe, Trump disse que convidaria o time americano de qualquer forma após a Copa do Mundo. “Nós não convidamos ainda Megan ou o time, mas agora vamos convidar. Ganhando ou perdendo”, disse Trump por meio de seu Twitter. Questionada novamente, Rapinoe pediu desculpas pelo palavrão, mas manteve sua posição.

“a plataforma que temos para o bem, para ajudar o esporte a chegar em um lugar melhor e ajudar um mundo melhor, não seria certo ir lá e emprestar essa nossa plataforma para uma administração que não está lutando pelas coisas que nós lutamos”, disse.

Outra colega de seleção, a lateral Ali Krieger, respaldou as palavras da capitã. “Eu me recuso a respeitar um homem que não merece respeito. Acho que ficar em silêncio pode favorecer o opressor e eu não quero que Rapinoe sinta que está sozinha, porque muitas de nós têm o mesmo sentimento”, disse Krieger em entrevista à CNN. 

Na véspera da decisão, Alex Morgan, vice-artilheira do campeonato e também muito próxima de Rapinoe, evitou cravar que não visitará a Casa Branca, mas disse que a decisão seria tomada em grupo. “Acredito que vamos tomar essa decisão após o fim do jogo de domingo. Acho que houve muita conversa prematura sobre a Casa Branca e sobre Trump, mas primeiro precisamos fazer nosso trabalho e, além disso, eu acho que vocês sabem a resposta para a pergunta de qualquer maneira.”

Seleção americana comemora o tetra da Copa do Mundo feminina Bernadett Szabo/Reuters
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