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Napoli, o time sem estrelas que pode repetir façanha da era Maradona

Sem nomes da primeira prateleira do futebol, equipe é favorita para levar o título italiano – o que não acontece há 33 anos

Por Leandro Miranda |
Napoli comemora mais um gol no Italiano; nigeriano Osimhen, à direita, é o artilheiro do campeonato -

Napoli comemora mais um gol no Italiano; nigeriano Osimhen, à direita, é o artilheiro do campeonato -

Sem nenhum astro do futebol mundial, mas com um jogo coletivo, eficiente e bonito de ver, o Napoli é uma das grandes sensações da temporada europeia. Com 18 rodadas do Campeonato Italiano disputadas, a equipe comandada pelo veterano Luciano Spalletti lidera com nove pontos de vantagem sobre o atual campeão Milan, e já virou favorita para levantar a cobiçada taça – algo que não acontece há 33 anos, desde que um certo Diego Maradona usou a camisa 10 azul, aposentada em sua homenagem.

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Os dois únicos “scudettos” do Napoli em sua história vieram na gloriosa Era Maradona, em 1987 e 1990. Na época, o gênio argentino era o líder de um time com coadjuvantes de peso, como o zagueiro Ciro Ferrara, o volante Alemão e o centroavante Careca, que levaram o clube a triunfos inéditos. Desta vez, a história é um pouco diferente.

Talvez o jogador do time atual que mais se aproxime do status de “estrela” seja o atacante Victor Osimhen. O nigeriano é o artilheiro do campeonato, com 12 gols, e custou nada menos que 75 milhões de euros junto ao Lille em 2020 – a maior contratação da história do Napoli. Após um início irregular e uma grave lesão na face há dois anos, que até hoje o obriga a jogar de máscara, ele se recuperou e, enfim, tem justificado o investimento. Muito rápido e oportunista, o centroavante de 24 anos é cobiçado por gigantes do futebol europeu.

Khvicha Kvaratskhelia, o “Kvara”: georgiano foi de ilustre desconhecido a sensação do Napoli –

Outro xodó da torcida é o georgiano Khvicha Kvaratskhelia. Praticamente desconhecido, o ponta-esquerda de 21 anos chegou do pequeno Dinamo Batumi por apenas 10 milhões de euros neste ano e rapidamente se tornou um dos destaques da liga. Muito habilidoso e criativo, “Kvara” tem sido um terror para as defesas adversárias. Ele já soma nove gols e 10 assistências na temporada.

Na defesa, o Napoli perdeu seu capitão e talismã, o senegalês Kalidou Koulibaly, que deixou o clube após oito anos ao ser vendido para o Chelsea, por 40 milhões de euros. A reposição, de novo, foi por um nome praticamente desconhecido: o sul-coreano Kim Min-jae foi contratado do Fenerbahçe por 18 milhões de euros. Com 1,90 m de altura, o “Monstro”, como é conhecido, deu conta do recado e é um dos melhores zagueiros da Serie A.

Também são destaques o goleiro Alex Meret, que tem sido presença constante em convocações da seleção italiana, e o trio de meio-campo formado por três jogadores que se completam e se doam muito para o time: o eslovaco Stanislav Lobotka, o camaronês André-Frank Anguissa e o polonês Piotr Zielinski. De novo, nenhuma estrela, mas muito entrosamento e coragem para jogar. Não à toa, a equipe tem o melhor ataque da competição, com 44 gols.

Em uma temporada em que gigantes como Inter de Milão, Juventus e Roma se reforçaram no mercado com nomes do quilate de Romelu Lukaku, Ángel Di María, Paul Pogba e Paulo Dybala, é o nada “glamouroso” Napoli quem lidera a corrida pela taça. O próximo desafio é neste sábado, 21, contra a Salernitana, às 14h (de Brasília).

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