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Pirlo, o maestro: a arte de um futebol que não existe mais

Craque da Itália é um meia à moda antiga. Mas engana-se quem acha que seu jogo é obsoleto: campeão do mundo em 2006, ele ainda faz a Azzurra brilhar

Por Celso de Campos Jr. |
O maestro em ação: Pirlo no amistoso contra o Brasil, em Genebra, na Suíça

O maestro em ação: Pirlo no amistoso contra o Brasil, em Genebra, na Suíça


O maestro em ação: Pirlo no amistoso contra o Brasil, em Genebra, na Suíça VEJA

Na terra de Giacomo Puccini e Giuseppe Verdi, a torcida, não por acaso, o apelidou de Mozart. Dotado de incrível habilidade, Andrea Pirlo é, como seus conterrâneos, um virtuose em sua área. Mas, à semelhança do compositor austríaco, que aos cinco anos de idade escrevia sinfonias para os adultos, o meia da Juventus é um prodígio que segue triunfando em um ambiente cada vez mais distante de sua realidade. No mundo do futebol-força, no qual o físico vem à frente da técnica, Pirlo mostra-se um craque à moda antiga, cerebral, que, à primeira vista, joga em câmera lenta – mas que, na verdade, imprime nas partidas um ritmo próprio e mortal para os adversários. Basta ver uma partida do italiano para constatar: não se fazem mais jogadores como ele.

Pirlo chamou a atenção do planeta em 2001, aos 21 anos, quando ainda jogava pelo Brescia. Em uma partida contra a Juventus, no estádio Delle Alpi, o então camisa 5 tirou da cartola um milimétrico lançamento e fez a bola pousar nos pés de Roberto Baggio, que, com a categoria habitual, tirou do goleiro Edwin Van Der Sar e tocou para o gol vazio. Um tento recheado de simbolismo: apesar de toda a fama, não era mais o craque do rabo de cavalo divino o homem a distribuir as cartas em campo. Era o jovem de vasta e livre cabeleira, cuja visão de jogo e precisão no passe viria a superar à do próprio Baggio, até então considerado por muitos o maior jogador da história do futebol italiano. Contratado pelo Milan na temporada seguinte, Pirlo, ao menos em número de conquistas, superaria largamente o mestre nos anos vindouros, vencendo duas Ligas dos Campeões, dois campeonatos italianos e, claro, a Copa do Mundo de 2006 – na final contra a França, converteu sua cobrança na série de pênaltis (ao contrário de sabemos quem) e foi eleito o melhor jogador da decisão.

Recentemente, o meia anunciou que a Copa do Mundo de 2014 será sua última competição com a camisa da seleção italiana – de acordo com ele, sua aposentadoria se faz necessária para acelerar a renovação da equipe. Por coincidência, Pirlo tem hoje os mesmos 34 anos que Baggio contabilizava quando assinou aquela pintura em 2001. Mas enquanto o camisa 10 da Itália em 1994 já começava a entrar na curva descendente da carreira, Pirlo parece estar muito longe do crepúsculo. Azar do Milan, que, em 2011, preferiu não oferecer um novo contrato ao veterano atleta – e viu seu antigo craque comandar a rival Juventus ao título de dois campeonatos italianos consecutivos. Como se não bastasse, Pirlo voltou a mostrar sua classe ao liderar a seleção italiana rumo à final da Eurocopa de 2012. Na Copa das Confederações (com encontro já marcado com a seleção brasileira, em Salvador), alguém ainda duvida do que o último dos moicanos pode ser capaz?

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Juventus x Brescia

Milan x Parma

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Milan x Real Madrid

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Itália x Inglaterra

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