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Mano Menezes reaparece – e defende trabalho na seleção

Técnico do Brasil lamentou interrupção do trabalho – que, para ele, corria bem

“O treinador que chegou depois tem suas convicções que são diferentes, então estamos um pouco estagnados. Os próximos meses serão importantes para vermos o que podemos vislumbrar na Copa”

O técnico Mano Menezes quebrou o silêncio na noite de segunda-feira e deu sua primeira entrevista depois que foi demitido do comando da seleção brasileira, em novembro do ano passado. O treinador pouco falou sobre seu futuro, mas lembrou de seu período à frente da equipe, defendendo o trabalho executado no cargo e dizendo que esperava fazer o Brasil voltar a ser “dominante” no cenário mundial. “Trabalhei durante dois anos e meio nessa direção”, disse ele em entrevista a Galvão Bueno, no canal pago Sportv. “Durante algumas passagens, fui advertido de que talvez não devesse perseguir isso, mas achei que devia.” Mano avaliava que o Brasil já não possuía a melhor seleção do mundo e precisava reagir para chegar ao nível de times como Alemanha e Espanha. Ele ainda defendeu a postura mais ofensiva que vinha sendo implantada no fim de sua passagem na seleção, com um meio de campo sem “cabeças de área” – os habilidosos Paulinho e Ramires eram seus volantes titulares.

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“Estava começando a chegar na reta final de um plano para jogar com base no que avaliei no período em que estive à frente da seleção”, disse ele, lamentando a queda. “O treinador que chegou depois tem suas convicções que são diferentes, então estamos um pouco estagnados. Os próximos meses serão importantes para vermos o que podemos vislumbrar na Copa do Mundo de 2014”, comentou, analisando o atual momento da seleção como um “período de transição”. Mano Menezes assumiu a seleção brasileira em julho de 2010 e, em pouco mais de dois anos de trabalho, custou a evoluir com a equipe e fracassou na busca pelos títulos da Copa América de 2011 e da Olimpíada de Londres-2012. Apesar de ter deixado o cargo, diz ter continuado a acompanhar de perto o futebol do país, sobre o qual está preocupado. “Cheguei à conclusão de que nos falta intensidade no jogo. Vendo um jogo no Brasil e outro na Europa, há possível ver uma certa falta de intensidade.”

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O técnico afirma que os brasileiros precisam mudar, ainda que à sua própria maneira. “Não devemos copiar tudo o que fazem lá na Europa, porque não é nossa essência, mas o que fazemos aqui não é o suficiente para nos dar uma Copa do Mundo no momento”, avisou. Essa diferença entre o futebol brasileiro e o europeu fez com que Mano defendesse a ida de Neymar para um clube do exterior quando estava à frente da seleção. O treinador voltou a explicar sua posição e disse que conseguia prever a queda de produção do atacante quando deu sua opinião. “Quando falei, apanhei de todos os lados. Era óbvio que quando falei sobre o Neymar, sabia o que ia acontecer. Quando se tem desafios para superar, você trabalha mais, tenta superar. O Neymar estava sobrando, os desafios já não existiam mais, então seria preciso colocar esses desafios. Se ele tivesse ido antes, teria conquistado esse conhecimento, essa evolução, encontrado outras soluções”.

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(Com Estadão Conteúdo)

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