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Judoca saudita espera ‘início de uma nova era’ para atletas de seu país

Londres, 3 ago (EFE).- A primeira mulher da Arábia Saudita a participar dos Jogos Olímpicos, a judoca Wojdan Shaherkani, explicou após a histórica estreia que deseja que sua luta ‘seja o início de uma nova era’ para as atletas de seu país. Em entrevista à organização dos Jogos, a única que concedeu após o combate, […]

Por Da Redação |
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Londres, 3 ago (EFE).- A primeira mulher da Arábia Saudita a participar dos Jogos Olímpicos, a judoca Wojdan Shaherkani, explicou após a histórica estreia que deseja que sua luta ‘seja o início de uma nova era’ para as atletas de seu país.

Em entrevista à organização dos Jogos, a única que concedeu após o combate, a saudita se mostrou muito satisfeita por ter representado seu país neste evento, mas demonstrou insatisfação com a derrota sofrida diante da porto-riquenha Melissa Mojica.

‘Estou muito emocionada e orgulhosa por representar meu país. Infelizmente perdi, mas farei melhor da próxima vez. Espero conseguir uma medalha’, afirmou Shaherkani, que recebeu um convite especial do Comitê Olímpico Internacional para competir nos Jogos.

A saudita explicou que o interesse pelo esporte, do qual é faixa azul e começou a praticar há dois anos, surgiu através de seu pai, também judoca e que a ensinou a lutar.

Shaherkani, que competiu com um tipo de hijab (veste islâmica), reconheceu ter ficado impressionada com as centenas de espectadores que presenciaram seu combate.

‘Estava um pouco assustada e perdida com toda essa gente e por ser minha primeira vez. Para mim, estar diante de uma multidão assim é difícil, mas consegui lidar com a situação’, afirmou.

Após ter feito história para seu país e para os Jogos Olímpicos, a judoca de apenas 16 anos espera que seu caso não seja uma exceção.

‘Esta foi a oportunidade da minha vida. A federação de judô saudita está encantada que eu esteja aqui. Espero que isto seja o início de uma nova era e de uma maior participação feminina em outros esportes’, afirmou Wojdan Shaherkani.

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O presidente da federação saudita, Hani Kamal Najm, também disse sentir muito orgulho da atleta que fez um bom trabalho apesar da pressão que cercava sua estreia.

‘Estamos muito orgulhosos que ela seja a primeira mulher a nos representar nos Jogos. Claro que sentiu a pressão, mas soube lidar bem com isso. Tem um grande futuro pela frente. É um bom começo e a partir daqui esperamos ir progredindo’, explicou Najm.

O treinador de judô saudita, Mohammed Sabeia, também quis esclarecer a situação das atletas na Arábia Saudita.

‘A situação é de normalidade. Nós não temos nenhum problema com a prática esportiva feminina. Muitas mulheres praticam esportes, mas em lugares especiais, não em clubes abertos a todo o mundo. Passo a passo iremos avançando’, disse à Agência Efe o treinador.

O presidente da federação também quis minimizar a importância do fato de Shaherkani competir usando o hijab após o acordo alcançado entre a delegação saudita, o COI e a Federação Internacional de Judô que, em princípio, tinha proibido a vestimenta.

‘O assunto não é este. O importante não é se sua cabeça estava coberta ou não’, afirmou.

Shaherkani e a atleta dos 800 metros rasos Sarah Attar são as primeiras mulheres incluídas em uma delegação olímpica saudita.

Arábia Saudita, Catar e Brunei eram os três únicos países que nunca tinham incluído mulheres em suas equipes olímpicas. Os Jogos de Londres são os primeiros da história em que todos os países participantes têm representação feminina. EFE

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