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Fluminense e Botafogo podem cassar homenagens a Havelange

Ele é presidente de honra tricolor e também empresta nome ao Engenhão

Por Da Redação |
Veja.com

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‘O Fluminense se vê na obrigação de convocar uma assembleia para retirar esse título de uma pessoa que se envolveu em corrupção, num caso de repercussão mundial. O Fluminense é um clube limpo e tem de se preservar’

Para evitar a cassação do título de presidente de honra da Fifa, do qual desfrutava desde 1998, João Havelange se antecipou a um parecer da comissão de ética da entidade e renunciou ao posto em abril. Isso veio à tona no início desta semana, quando a Fifa confirmou o envolvimento de Havelange escândalos de corrupção nos anos 1990. Agora, alguns movimentos principalmente no Rio de Janeiro devem constranger ainda mais aquele que já foi o homem mais poderoso do futebol mundial. João Havelange dá nome ao estádio que será o coração dos Jogos Olímpicos de 2016, o Engenhão, explorado pelo Botafogo, mas que pertence à prefeitura do Rio de Janeiro. O clube segue determinação de seus dirigentes e não se refere ao estádio com o nome de João Havelange. Documentos oficiais do clube o tratam como Stadium Rio e o clube não se opõe a uma eventual decisão da prefeitura de dar nova identidade ao Engenhão.

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Havelange também é presidente de honra do Fluminense, clube pelo qual foi campeão juvenil de futebol em 1931 e ganhou várias competições como nadador a partir de 1932. “O Fluminense se vê na obrigação de convocar uma assembleia para retirar esse título de uma pessoa que se envolveu em corrupção, num caso de repercussão mundial. O Fluminense é um clube limpo e tem de se preservar”, disse Julio Bueno, líder da oposição tricolor.

Oficialmente, a direção clube ainda não se manifestou sobre o caso, mas vários conselheiros do Fluminense defendem a posição de Júlio Bueno. A prefeitura, por meio de sua assessoria de imprensa, revelou que a possibilidade de alterar o nome do estádio não está descartada. Ressaltou, porém, que a prioridade no momento é a recuperação do Engenhão, interditado por causa de problemas estruturais.

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De acordo com a Fifa, João Havelange, seu ex-genro Ricardo Teixeira (que comandou a CBF de 1989 a 2012) e o ex-presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), o paraguaio Nicolas Leoz, receberam indevidamente 22 milhões de dólares (em torno de 45 milhões de reais) entre 1992 e 2000 de uma empresa de marketing esportivo, a ISL, que “defenderia” interesses da Fifa.

O ex-presidente da Fifa – de 1974 a 1998 – está recluso e não fala com a imprensa. Poucas vezes sai de casa, em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, deixou de ir a sua casa de veraneio, em Angra dos Reis, litoral sul fluminense, e também não frequenta seu escritório, no centro da cidade, faz mais de um ano. Mantém, porém, o local em funcionamento. Nos dias úteis, Irene Lima, sua secretária particular há 53 anos, trabalha normalmente no gabinete. “Ele passa ordens por telefone. Está muito chateado com o que vocês da imprensa inventaram sobre ele. Merecia respeito. Conversamos sempre, ele me pede para mandar correspondências, serviço não falta, mas não toco naquele tal assunto com ele, é claro”.

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João Havelange, de 96 anos, esteve internado em 2012 por mais de três meses, após sofrer uma infecção generalizada. Recuperou-se parcialmente. Hoje tem acompanhamento permanente de enfermeiros e se submete diariamente a sessões de fisioterapia, massagens e exercícios aquáticos. Pelo menos uma vez a cada 15 dias recebe a visita da neta, Joana Havelange, diretora executiva do Comitê Organizador da Copa de 2014, com quem também conversa muitas vezes por telefone.

(Com Estadão Conteúdo)

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