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Felipão e Parreira admitem: conquistar a Copa é obrigação

Na apresentação oficial da dupla, técnico e coordenador se dizem motivados, projetam poucas mudanças na equipe e se dizem preparados para o desafio

Por Da Redação |
Luiz Felipe Scolari, durante sua apresentação como novo técnico da seleção brasileira

Luiz Felipe Scolari, durante sua apresentação como novo técnico da seleção brasileira

Apesar de saber que precisa do título, Felipão contou que não se sente pressionado como em 2002, quando conquistou o penta. “Mas também, se não quiser pressão no futebol, é melhor ir trabalhar no Banco do Brasil”, brincou

A nova comissão técnica da seleção brasileira foi apresentada na manhã desta quinta-feira, no Rio de Janeiro, com uma só missão: ganhar a Copa do Mundo de 2014. O treinador Luiz Felipe Scolari e o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira disseram estar cientes de que nenhum outro resultado importa para o torcedor brasileiro. “Temos a obrigação, sim, de ganhar o título. Um país que tem cinco títulos mundiais não entra no Mundial pensando em ser vice ou terceiro colocado”, disse Felipão. “Não passa pela nossa cabeça não ganhar a Copa em casa. Hoje nós não somos os favoritos, mas daqui a um ano e meio o Brasil certamente será”, completou Parreira. O novo técnico se disse feliz por estar voltando à seleção “com a confiança das pessoas e com a companhia importante do Parreira” e, assim como o coordenador, afirmou que a larga experiência, inclusive em Copas, não significa que o desafio não provoque grande ansiedade. “Me sinto muito mais jovem e motivado. Acho que as dificuldades podem ser um pouco diferentes que em 2002, mas apenas a sequência do trabalho vai mostrar o caminho”, explicou.

Parreira também disse estar com “ânimo de garoto” para encarar a responsabilidade de vencer a Copa no país. Apesar de saber que precisa do título, Felipão contou que não se sente pressionado como em 2002. “Mas também, se não quiser pressão no futebol, é melhor ir trabalhar no Banco do Brasil”, brincou. Marin iniciou a apresentação da nova comissão técnica elogiando Pep Guardiola, o nome mais pedido pela imprensa esportiva brasileira. Em seguida, elogiou outros nomes cotados para o cargo. Sobre Tite, disse que não queria atrapalhar os preparativos do Corinthians para o Mundial de Clubes com as especulações sobre uma possível contratação do treinador pela CBF em janeiro. Sobre Muricy, lembrou que o Santos já cedeu seu principal craque à seleção, Neymar, e afirmou que não queria desfalcar o clube também de seu técnico. “Mas depois de uma profunda análise, pensando sempre no melhor para o futebol brasileiro, assumi a responsabilidade de entregar o destino da seleção brasileira nas mãos competentes de Felipe e Parreira, na experiência já testada através de títulos conquistados”, justificou. “Essa será a dupla que, se Deus quiser, irá tornar realidade o grande sonho do nosso país de ser campeão da Copa do Mundo mais uma vez.”

Estilos – Assim como Marin, Felipão e Parreira valorizaram a experiência na hora de comentar a nova chance que receberam na CBF. “Disputar uma quinta Copa com a seleção brasileira é uma coisa que poucos tiveram”, disse o coordenador, preparador físico na conquista do tri e técnico no tetra. E ambos aparentaram estar em sintonia sobre como funcionará o trabalho da dupla. “Fiquei muito feliz, de verdade, quando anunciaram que estavam convidando o Parreira também. Mil vezes obrigado! O Parreira é uma pessoa com que posso dialogar e, o que é importante, que tem conceitos de futebol diferentes do meu”, garantiu Felipão, que abriu caminho para que o coordenador “dê sua opinião, troque ideias e sugira nomes” para a seleção.” Parreira assegurou que o técnico terá autonomia de trabalho. “Vou me sentir útil na medida em que eu puder ajudá-lo. A decisão final sempre caberá ao treinador, que é a figura principal da comissão técnica.” Para ambos, as diferenças entre seus estilos serão benéficas à seleção, que tende a crescer com essa combinação. “Vamos discutir e aplicar nossas próprias ideias no grupo dos convocados. Os dois estilos vão se fundir”, prevê Felipão.

Na hora de explicar quais são os objetivos imediatos para o time, Scolari e Parreira sinalizaram com a manutenção da base deixada por Mano Menezes, mas abriram caminho para a convocação de outros nomes para a seleção. “Não vamos começar do zero, isso não existe. Vamos pegar uma seleção que já foi trabalhada e examinar alguns outros jogadores. Uma ou outra troca deverá ser normal. A seleção é jovem, então há jogadores experientes que podem voltar e contribuir, fazendo com que esse grupo ganhe em experiência e qualidade. Mas estamos muito bem servidos”, afirmou o gaúcho. “De qualquer forma só vamos começar a discutir nomes quando começar o trabalho. E sobre quem não estiver convocado eu não falo jamais, igual a 2001 e 2002”, avisou, em referência à pressão que sofreu pela convocação de Romário para o Mundial. Parreira disse que o maior desafio da dupla é o de “organizar o time quando ele não tem a bola”, em referência à definição do desenho tático da seleção “Nós sempre ganhamos com técnica e qualidade, e não vai ser diferente agora.” O coordenador também destacou a necessidade de organizar a seleção fora de campo, “com tudo em paz, organizado e planejado” – reflexo do arrependimento dele por 2006, quando o Brasil decepcionou numa Copa marcada pela confusão na concentração.

Orgulho – A nova comissão confirmou que a CBF espera uma mudança de clima a partir da troca de comando – a tentativa de conquistar o apoio popular foi um dos principais fatores na escolha feita por Marin. “A torcida pode não estar confiante na seleção, mas vamos trabalhar para que ela entenda que temos a obrigação de vencer. Não sei se a seleção vai jogar bonito ou feio, só sei que o time vai jogar de um jeito que vai deixar o torcedor satisfeito. A ideia é tentar novamente uma união, com envolvimento entre a seleção e a população”, disse Felipão, fazendo referência à “família Scolari” de 2002 e à campanha de Portugal na Eurocopa de 2004, disputada no país quando o brasileiro era o técnico da seleção local. Parreira também falou sobre esse tipo de experiência: “Na África do Sul, pela primeira vez tive a oportunidade de dirigir uma seleção no país-sede de uma Copa. É uma emoção diferente. Por isso, é preciso fazer o torcedor se sentir orgulhoso da seleção.” O técnico falou também sobre a montagem do resto da comissão, revelando que pretende trazer de volta o preparador físico Paulo Paixão. Sobre Flávio Murtosa, seu eterno auxiliar técnico, ele fez piada: “O baixinho eu nem preciso falar, pois ele já está incluído no pacote”.

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