Perde-se a conta de quantas vezes Novak Djokovic diz estar feliz por visitar o Brasil. Também são incontáveis os elogios ao brasileiro Gustavo Kuerten, contra quem entra em quadra no sábado para uma partida de exibição em uma quadra de tênis montada no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Há quatro dias, o sérvio vencia um grande duelo no ATP Finals contra o suíço Roger Federer, adversário que conhece bem. Agora, em menos de 24 horas, vai enfrentar um oponente inédito, já aposentado, e de quem se declara fã.
“Nunca pensei que fosse jogar contra você. É um sonho se realizando. Você ganhou três vezes Roland Garros, então é o favorito. É nossa primeira partida oficial. Oh, meu Deus, estou estressado”, disse a Guga o atual número 1 do mundo, sobre o torneio francês que ainda não venceu. “Você me inspirou muito, não só por ser um ótimo profissional, mas também por sua personalidade e caráter.”
Com um sorriso tímido, Guga foi rápido para se livrar do favoritismo. “Já me perguntaram se eu iria surpreendê-lo. Mas se nem Federer, nem Nadal conseguem, como vou conseguir? No futebol, quem sabe? Se eu tiver o time mais forte”, brincou o brasileiro, que voltará a jogar contra o sérvio no domingo – dessa vez em uma partida de futebol da qual também participarão Zico, Romário, Petkovic, Renato Gaúcho, Bebeto, entre outros. “Vocês estão em times diferentes”, avisou Petkovic, responsável por organizar a vinda de seu conterrâneo.
Djokovic ama futebol, mas é péssimo com a bola nos pés, confessa. Ele também se desculpa por não saber falar português. Apesar disso, arrisca algumas palavras cuidadosamente ensaiadas: “Obrigado por estarem aqui. É um prazer estar no Rio”. Assim ele abriu a coletiva de imprensa concedida em São Conrado, zona oeste do Rio nesta sexta-feira, para marcar a vinda do sérvio ao Brasil e também a inauguração de uma quadra de tênis na favela da Rocinha, a primeira em uma comunidade pacificada, da qual ele e Guga tornaram-se padrinhos.
Quadra pública – Construída no Parque Ecológico da Rocinha, a quadra de saibro, com dimensões oficiais (18m x 36m), será o ponto de partida para as atividades do Projeto Social Rio 2016, que pretende atender cerca de mil crianças e adolescentes em um ano. Trinta delas esperavam, com raquete em mãos, pelos tenistas debaixo da garoa fina que caía e se emocionaram quando viram os ídolos se posicionarem do lado oposto da quadra. “Você tem a responsabilidade de dar esse retorno para a sociedade, principalmente com as crianças. Projetos como esse têm o poder de mudar muitas vidas. Realizei meu sonho ao me tornar o melhor do mundo. E essas crianças também podem realizar os delas”, disse Djokovic, que tem uma fundação em seu país que também trabalha com crianças.
Do Rio de Janeiro, ele espera o sol e o calor para poder andar pela praia de Ipanema, onde está hospedado. Viu pouco até o momento da cidade, no caminho do aeroporto ao hotel, mas já se mostrou encantado. Pouco depois de chegar, postou uma foto no Twitter tomando água de coco em frente à praia e escreveu: “Oi, Brasil! Eu cheguei ao Rio hoje e tudo que eu posso dizer é UAU. Mal posso esperar para ver mais”.
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