Durou pouco o sonho do garoto Paulo Henrique Pereira Sena, de 14 anos. O anúncio de que ele havia sido contratado pelo Barcelona, da Espanha, feito pelo governo do estado do Rio de Janeiro na semana passada, não passou de um mal-entendido. O Barcelona, na verdade, é o de Jacarepaguá, clube da Série C do Futebol Carioca e sediado em Xerém, bairro da zona oeste do Rio.
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Paulo Henrique é aluno da escolinha de futebol Zico 10, da Cidade de Deus, instituição que integra o projeto Rio 2016, administrado pela secretaria de estado de Esporte e Lazer do Rio para promover a prática esportiva de crianças e jovens carentes. Um orientador do projeto social na Cidade de Deus, o sargento Orlando Muniz, confirmou o contato do representante do Barcelona carioca. “O senhor Augusto Vieira (do Barcelona do Rio) me disse que o garoto poderia passar uma temporada em treinos par aprimorar técnica. em nenhum momento eu disse que era o Barcelona da Espanha.” O governo do Rio publicou uma nota em seu website, no dia 3, mas a retirou do ar, e além disso o Diário Oficial do Estado também publicou reportagem sobre a “contratação”.
O governo do Rio confirmou o equívoco, alegando que houve “erro de apuração”. Abaixo o comunicado:
“A matéria sobre o aluno do projeto Rio 2016 e da escolinha Zico 10 que teria sido contratado pelo Barcelona da Espanha foi retirada do site até que seja esclarecida a real situação de contratação do jovem atleta. A equipe técnica do projeto vai avaliar o ocorrido e prestar apoio administrativo e jurídico à família do aluno para evitar ruídos e prejuízos ao adolescente Paulo Henrique Pereira. Ninguém do projeto Rio 2016 está autorizado a atuar em contratos relativos aos beneficiados do programa sócio-esportivo. Há programas de revelação de talentos e de suporte a novos atletas com programas estruturados como o Bolsa-Atleta. A Secretaria de Estado de Esporte e Lazer torce pelo sucesso dos que, individualmente, forem contratados por clubes, mas não há envolvimento do Governo nestas transações. Há conversas avançadas com clubes, como o Chelsea, por exemplo, atual campeão da Liga dos Campeões da Europa, para fazer programas conjuntos de qualificação de equipes para evitar que a condução da carreira de jovens promessas sejam comprometidas pela ação irresponsável de pseudo-empresários”.