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Messi x James: o duelo das ‘zurdas’ que deve decidir a Copa América

Camisas 10, capitães e referências de Argentina e Colômbia, craques canhotos podem ser ponto de desequilíbrio na final da competição

Por Klaus Richmond e Leandro Quesada, de Miami (EUA) |
Camisas 10 se enfrentam em duelo decisivo no Hard Rock Stadium - Montagem sobre Sarah Stier e Buda Mendes/Getty Images via AFP

Camisas 10 se enfrentam em duelo decisivo no Hard Rock Stadium - Montagem sobre Sarah Stier e Buda Mendes/Getty Images via AFP

Argentina e Colômbia decidem neste domingo, 14, às 21h (de Brasília), em Miami, o título da Copa América com uma convicção em comum: a conquista continental para qualquer uma das seleções deve passar pelas zurdas (a perna esquerda em espanhol) de seus camisas 10.

Lionel Messi e James Rodríguez farão no Hard Rock Stadium um confronto individual entre craques canhotos, capitães de suas seleções e reconhecidamente maiores referências técnicas de cada país. O meia colombiano larga na frente em desempenho até aqui, mas Messi ainda pode surpreender. Será o nono encontro entre os jogadores, com vantagem para o argentino.

A redenção de James

James apresenta na atual edição do torneio um surpreendente recital após ser tachado por muitos como um ex-jogador em atividade pelo mau momento vivido no futebol brasileiro.

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Fez um gol e distribuiu seis assistências para companheiros balançarem as redes. Ou seja, participou diretamente de sete dos 12 gols de Los Cafeteros nesta Copa América, precisos 58,3% da produção colombiana saíu diretamente de seus pés.

Elogiado a cada entrevista coletiva pelo técnico Néstor Lorenzo, encontrou no argentino de 58 anos, um ex-zagueiro, a base de confiança necessária que não tem com o compatriota Luis Zubeldía, no São Paulo.

“Temos sorte que ele está bem e assumiu a liderança da equipe, que também o apoiou. Ele traz isso para esse último jogo que onde queríamos estar, não é? Por isso, sem dúvidas, é um dos melhores da Copa América. Não sei se o melhor, mas espero que amanhã coroe”, disse Lorenzo em entrevista na véspera da final.

Curiosamente, até mesmo Lionel Scaloni, técnico rival, se derreteu ao futebol do colombiano: “é um prazer vê-lo jogar. Néstor encontrou o funcionamento da equipe muito ao redor dele. É lindo demais para o futebol porque é um ótimo jogador”.

Já sem a mesma condição física de dez anos atrás, ele joga com extrema liberdade. Fica posicionado quase sempre na zona central do ataque entre Luis Díaz, pelo lado esquerdo, e Jhon Árias, pelo direito.

Muita vezes recua pela mesma faixa do campo para armar o jogo e pressionar rivais, como fez contra o Brasil, com quatro desarmes e uma interceptação, segundo estatísticas do Sofascore.

Segundo o mesmo site, ele tem a maior média de notas do torneio: 8.18, a frente com sobras de Messi, o quarto com 7.65. Faz uma 57,8 ações com a bola por jogo, com pelo menos cinco grandes chances criadas, além de mais de três passes decisivos – que são seguidos por finalizações. Já sem a mesma condição física, participa em média 75 minutos por partida.

Tudo isso, curiosamente, dez anos depois de se apresentar ao mundo como artilheiro e um dos craques da Copa do Mundo do Brasil, em 2014.

Messi, sempre Messi

Messi, por sua vez, leva vantagem no confronto pessoal com James: quatro vitórias, dois empates e duas derrotas. São cinco encontros por seleções, além de outros três envolvendo Barcelona e Real Madrid.

Mesmo depois de uma primeira fase mais discreta e um pênalti perdido nas quartas de final contra o Equador, quando acertou a trave na tentativa de uma “cavadinha”, o craque foi decisivo com um gol na semifinal contra o Canadá.

Lionel Messi e a ‘cavadinha’ que parou na trave nesta Copa América – AFP

O genial jogador eleito por oito vezes o Bola de Ouro, melhor da última Copa do Mundo, contudo, parece ter dificuldades físicas para sustentar o nível de atuações que assombrou o mundo devido a condição física. Antes da final, admitiu à emissora DSports ter se incomodado com recorrentes desconfortos musculares, mas que “se sentiria melhor na decisão”.

Durante a competição, também acenou ser uma possível despedida: “sim, foi o que eu disse, que essa era a última [Copa América], que estava acabando a era deles [Di María e Otamendi] na seleção. É por isso que eu disse que são as últimas [partidas]. Sobre mim, como disse, vou tentar seguir e tento viver e aproveitar o dia a dia sem pensar no que vai acontecer no futuro”, afirmou à imprensa argentina.

“Não quero dizer se vou seguir ou não, porque depois dizem um monte de coisas. Simplesmente vivo o dia a dia. Acabo de completar 37 anos e é isso. Deus sabe até quando será”, completou.

No torneio, ele deu uma assistência para um dos gols na estreia e foi peça importante da base de uma equipe mantida que tenta marcar ainda mais história pela albiceleste. É a quarta final em três anos, com a chance do quarto título.

Acostumado a decidir em finais, agora pode colocar a Argentina como maior campeã entre todos da América do Sul: 16 títulos, ultrapassando o Uruguai que tem 15.

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