Memphis Depay é oficialmente jogador do Corinthians. Em coletiva nesta quinta-feira, 12, na Neo Química Arena, o atacante holandês falou pela primeira vez como atleta do Timão, revelando idolatria por Ronaldo Fenômeno e destacando a cultura brasileira dentro e fora dos campos. Memphis também traçou paralelos culturais com a África e falou sobre Gana, país do seu pai e que nutre carinho.
“Por que eu cruzei o mundo para jogar futebol em um país onde nós na Europa não conhecemos muito sobre as competições? Eu cresci na Holanda, sou de raízes africanas, conheço as competições na Europa. Agora, com 30 anos, me perguntei sobre o que posso fazer para ficar mais feliz. Fico próximo dos meus pensamentos e sentimentos. Acredito que tudo na minha vida tem um propósito. A razão pela qual estou aqui, honestamente, é pelo clube do Corinthians”, assim Memphis iniciou a coletiva, justificando a ‘aventura’.
O atacante holandês de 30 anos assinou contrato com o Timão até o meio da temporada de 2026 e, apresentado para a torcida na ultima quarta, às vésperas de uma classificação heroica do Corinthians na Copa do Brasil, já teve um gosto do que é o clube paulista e a Fiel Torcida.
“É um time de lutadores. No dia de ontem, por exemplo, olhando o jogo vi o que significa jogar pelo Corinthians. Embora eu não tenha colocado a camisa, eu senti a energia, o espírito de luta”.
“Não esperava, não tinha expectativas em vir para cá… Quando cheguei ao Brasil e vi os torcedores, aquilo aqueceu meu coração. Compreendi o que significava para aquelas pessoas eu estar aqui”.
“Do outro lado do mundo, eles não conhecem isso, só seguem os clubes europeus. É o momento de ver esse vão. Os brasileiros têm algo especial, acho que a liga é iluminadora para o outro lado do mundo. É momento de demonstrar o potencial, acho que isso vai acontecer nos próximos anos”.
Cultura brasileira e africana
Entender a vinda de Memphis ao futebol brasileiro passa pela cultura do país. Filho de uma holandesa com um refugiado de Gana, o atleta falou das semelhanças culturais e raízes africanas no país.
“Quando cheguei, me senti em casa. A cultura brasileira é bastante conhecida, muito parecida com as culturas africanas. Meu pai é de Gana e senti essa similaridade. Assim que entrei no estádio, nunca tinha experimentado aquilo na vida, algo completamente diferente”.
“A minha mãe é da Holanda, meu pai é refugiado de Gana. Não tive chances de ver as minhas raízes até ter 22 anos de idade. Nem sempre as coisas funcionam do jeito que você quer. Eu cresci na Holanda, meu pai me deu caráter. Quando fui para Gana, comecei a conhecer a história dos meus ancestrais. O sangue que eu carrego vem de uma tribo guerreira de Gana. A história vem desde o tráfico de escravos, tenho essa ancestralidade em mim”.
Memphis e Ronaldo Fenômeno
“Um dos jogadores que mais me inspirou foi o Ronaldo. Ele jogou no PSV, Barcelona e também aqui. A forma como ele jogava, sempre disse que ele me inspirava”.
Relação de Memphis com a música
“Cresci jogando futebol todos os dias, mas a música está dentro de mim. Sou metade holandês e metade africano. Fiz isso no meu tempo livre. O futebol é a minha atividade número um, mas a música é a terapia da minha vida”.
Quando Memphis vai estrear pelo Corinthians
“Eu estou vindo da Eurocopa, estou tentando ficar pronto o mais rápido possível. Vamos ver o que a equipe médica do Corinthians diz, mas quero estar pronto o mais rápido possível”.
A expectativa é grande para que Memphis esteja disponível contra o Fortaleza, pela Copa Sul-Americana. O atacante vestirá a camisa 7 no torneio continental e 94 nas demais competições.