Valcke, quem diria, agora reclama de quem critica Mundial
Secretário da Fifa divulga texto em que lamenta ceticismo em torno do evento
“Como tudo na vida, você pode ver o copo meio cheio ou meio vazio. Aqueles que o enxergam meio vazio correm grande risco de perder o momento quando o copo estiver finalmente cheio”, afirmou Valcke
O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, definitivamente mudou de lado. Se antes aparecia como o mais rigoroso crítico dos preparativos brasileiros para a Copa do Mundo de 2014, agora ele se junta a Ronaldo, Bebeto, Aldo Rebelo e José Maria Marin como os grandes defensores do evento. Assim como os ex-craques, o ministro do Esporte e o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), o francês diz lamentar o pessimismo que cerca muitos aspectos do Mundial – principalmente o andamento das obras necessárias para o país receber o torneio. Em um texto publicado nesta sexta-feira no site da Fifa, Valcke alfinetou as “poucas pessoas” que tem criticado o trabalho brasileiro para 2014. Na quarta, Ronaldo, com quem Valcke tem ótima relação, já tinha reclamado do excesso de críticas da imprensa sobre o Mundial, cobrando “união” dos brasileiros. “É muito difícil entender por que, em um país que vive e respira futebol, algumas poucas pessoas continuam a enxergar apenas aspectos negativos, mesmo que não haja nada de negativo”, escreveu Valcke, apesar do aperto para o cumprimento dos prazos para entrega dos estádios (que, aliás, já foram adiados, contra a vontade da Fifa).
Leia também:
Na reta final, surge o temor sobre os ‘puxadinhos’ da Copa
Como a Copa vai obrigar o país a enfrentar seus problemas
Copa, por enquanto, decepciona dentro e fora dos estádios
“O Brasil é um país fantástico em todos os sentidos. Tenho orgulho de organizar ao lado dos brasileiros o maior evento esportivo do mundo. Como tudo na vida, porém, você pode ver o copo meio cheio ou meio vazio. É uma questão de atitude. Aqueles que o enxergam meio vazio correm grande risco de perder o momento quando o copo estiver finalmente cheio”, avisou. No mesmo texto, Valcke fez generosos elogios à preparação do Brasil para o Mundial, mas reafirmou a cobrança para que os estádios da Copa das Confederações, marcada para junho, fiquem prontos até abril. “A minha confiança no Brasil é baseada na firme responsabilidade assumida pelos governadores e prefeitos em cumprir com os seus compromissos na garantia de que todos os seis estádios da Copa das Confederações estarão concluídos até meados de abril para que, assim, possam receber pelo menos dois eventos-teste antes do início do torneio”, ressaltou. Valcke ainda enfatizou que a Fifa e o Brasil estão “caminhando juntos no ritmo certo, graças à nossa bem-sucedida parceria com o governo e as cidades-sede”. “Estou convencido de que, por meio deste trabalho coletivo, realizaremos uma edição da Copa acima das expectativas. Afinal, a Copa do Mundo está finalmente retornando ao país do futebol.”
Acompanhe VEJA Esporte no Facebook
(Com Estadão Conteúdo)