Na Europa, racismo deve fechar estádios e afastar atletas
Uefa se antecipa à Fifa e adota punições rigorosas contra discriminação racial
As manifestações racistas têm crescido no futebol europeu nos últimos anos. Astros como Roberto Carlos, Boateng e Balotelli foram alvos de discriminação dentro de campo
Enquanto a Fifa tenta decidir como combater o racismo no futebol, a Uefa, entidade responsável pela modalidade na Europa, já adota suas próprias providências contra o problema. De acordo com o secretário-geral da Uefa, Gianni Infantino, casos de racismo serão punidos de diversas formas – e tanto os atletas como as agremiações estão sujeitas às penas. Nesta quarta-feira, o cartola participou de um evento em Manchester e revelou que atletas que ofenderem os adversários com provocações racistas serão suspensos por no mínimo dez partidas. Já torcedores que entoarem cânticos racistas serão responsáveis pelo fechamento do setor do estádio que costumam ocupar. Caso as ofensas se repitam, o clube receberá uma multa de 50.000 euros (aproximadamente 130.000) e todo o estádio será fechado, por tempo indeterminado. “Precisamos aplicar sanções que tenham algum tipo de efeito”, disse Infantino. O primeiro alvo das punições foi o Dínamo de Kiev, que terá de atuar com portões fechados na próxima partida de competição europeia que disputar.
Leia também:
Para Blatter, punir racismo com perda de pontos é perigoso
Daniel Alves: ‘Luta contra racismo é uma guerra perdida’
Rússia promete combater o racismo antes da Copa de 2018
Terry, do Chelsea, é suspenso por 4 jogos por racismo
Acompanhe VEJA Esporte no Facebook Siga VEJA Esporte no Twitter
Enquanto o secretário-geral da Uefa anunciava qual será a posição da entidade no combate ao racismo, a federação europeia anunciava em sua sede, em Nyon, na Suíça, qual seria o castigo do Dínamo de Kiev, punido por causa da postura de alguns de seus torcedores em duas partidas desta temporada. Segundo a Uefa, os casos de racismo aconteceram nos confrontos diante do Paris Saint-Germain, no dia 21 de novembro do ano passado, pela Liga dos Campeões, e do Bordeaux, no último 14 de fevereiro, pela Liga Europa. A pena do Dínamo ainda pode ser aumentada em mais uma partida se incidentes similares ocorrerem nos próximos três anos. O clube apelou da decisão e a nova audiência ainda não tem data marcada. O Dínamo está em terceiro no Campeonato Ucraniano desta temporada e luta para voltar à Liga dos Campeões. Para se classificar para a fase preliminar da competição, a equipe precisa terminar na segunda colocação, posição atualmente ocupada pelo Metalist Kharkiv, que está dois pontos á frente do time de Kiev.
(Com agência Gazeta Press e Estadão Conteúdo)