Por AE-AP
Londres – O promotor Michael Garcia prometeu nesta sexta-feira que todas as acusações de corrupção no mundo do futebol podem ser investigadas pela nova comissão de ética da Fifa, e que qualquer dirigente ou torcedor pode sugerir casos para ele apurar. “Se há conduta no passado que justifique uma investigação, vou fazê-la”, disse. “Não existem limitações sobre o que vamos olhar”.
A afirmação foi feita na sua primeira visita formal à sede da Fifa de Zurique, após ser nomeado para a nova comissão de ética da Fifa, criada para tentar restaurar a imagem da entidade, atingida nos últimos anos por escândalos envolvendo subornos e compra de votos.
Os últimos dias mostraram que Garcia deve ter muito trabalho, já que conselheiros anticorrupção querem que ele investigue o processo de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, e os políticos europeus desejam que ele examine a eleição de Joseph Blatter para mais um mandato presidencial no ano passado.
Ele pediu para que qualquer “reclamação crível de corrupção” seja feita e sugeriu a criação de um sistema para que sejam feitas denúncias de forma secreta. “Eu não vejo nenhuma limitação em denúncias, ou de onde vão vir as reclamações”, disse. “Eu penso que é minha obrigação e responsabilidade fazer isto”.
Na quinta-feira, Garcia abriu seu primeiro caso ao suspender por 90 dias Mohammed bin Hammam em razão de acusações de corrupção sobre a campanha para a eleição presidencial da Fifa, no ano passado, e do período em que comandou a Confederação Asiática de Futebol. Ele também recebeu documentação de Blatter sobre o escândalo em que a extinta empresa de marketing ISL pagou propina a Ricardo Teixeira e João Havelange.
Garcia estava acompanhado, nesta sexta-feira, pelo juiz alemão Joackim Eckert, que será o responsável por liderar os julgamentos da nova comissão de ética da Fifa. Ele prometeu que não receberá nenhuma influência. “Nós não vamos aceitar qualquer influência sendo exercida sobre nós”, disse.