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Futebol Europeu

Era Florentino Pérez: façanhas e polêmicas dos 25 anos de reinado no Real Madrid

Então um anônimo bilionário do ramo da engenharia civil, ele quis virar presidente do clube do coração. Comprou Figo e mais galácticos, e o resto é história

Publicado por: Guilherme Azevedo em 19/07/2025 às 06:50 - Atualizado em 19/07/2025 às 12:55
Era Florentino Pérez: façanhas e polêmicas dos 25 anos de reinado no Real Madrid
Florentino Pérez, o todo-poderoso presidente do Real Madrid - EFE/EPA/YOAN VALAT

Florentino Pérez completou nesta semana 25 anos desde que assumiu pela primeira vez a presidência do Real Madrid. Um quarto de século depois, o magnata de 78 anos segue à frente do clube mais vitorioso da Europa e o transformou em um símbolo ainda maior de hegemonia no futebol.

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Seguindo sua filosofia “galáctica”, o Real Madrid contratou as maiores estrelas do planeta e conquistou nada menos que 37 títulos, sendo sete Liga dos Campeões, o que fazem de “Don” Florentina Pérez um dos maiores, se não o maior, cartola de todos os tempos.

Mas afinal, quem é Florentino Pérez?

Florentino Pérez Rodríguez nasceu em 8 de março de 1947, em Hortaleza, Madrid, Espanha. Formou-se me Engenharia Civil, com especialização em estradas e portos, ramo onde faria fortuna. Ainda nos anos 1980, atuou como político , passando pelo Ministério do Turismo, Comunicações e Transportes e pelo Ministério da Pesca e da Agricultura da Espanha.

Já nos anos 1990, consagrou-se como homens de negócio, à frente do grupo ACS, uma das maiores empresas da Espanha, da qual segue como CEO e presidente. Mas a construção civil era pouco para as ambições do apaixonado torcedor merengue.

Quando surgiu como candidato à presidente pela primeira vez, em 1995 , Florentino era um “outsider”, termo usado para quem vem de fora do sistema tradicional. Sem passado esportivo relevante e anônimo para o grande público, era visto como um corpo estranho na corrida presidencial.

Em sua primeira tentativa, acabou derrotado por Ramón Mendoza, que logo seria substituído por Lorenzo Sanz, em razão de problemas econômicos e esportivos do clube. O sucesso esportivo funcionou na capital espanhola, o que não impediu o retorno de Pérez à disputa, em 2000.

Primeiro ato: o furacão Figo

O reforço Luís Figo, entre Florentino Pérez e a lenda Alfredo Di Stéfano, em julho de 2000 - EFE/JOSE HUESCA

O reforço Luís Figo, entre Florentino Pérez e a lenda Alfredo Di Stéfano, em julho de 2000 – EFE/JOSE HUESCA

Seu adversário era Lorenzo Sanz, que vinha de duas conquistas de Champions League em três anos (1998 e 2000). Ainda assim, Pérez tinha uma carta na manga: a promessa eleitoral de tirar o astro Luís Figo do arquirrival Barcelona.

“Quero dizer a vocês que, se eu for presidente do Real Madrid, o Figo será jogador do Real Madrid. E vejam como estou seguro do que digo: se eu for eleito e o Figo não jogar no Madrid, me comprometo a pagar a todos os sócios a mensalidade da próxima temporada.”

O que parecia uma bravata movimentou as eleições, lhe trouxe fama e virou uma obsessão.

A luta para tirar o ídolo do inimigo foi contada em detalhes na série documental O Caso Figo: a Transferência que Mudou o Futebol, disponível na Netflix. Eleito, Pérez cumpriu o que havia prometido: pagou a cláusula de rescisão do craque português, equivalente a mais de 60 milhões de euros, e promoveu uma das transferências mais impactantes da história.

A partir dali, sempre com a ideia de transparecer uma imagem de soberania esportiva e estética do Real Madrid, desenhou seu projeto Galácticos, impulsionado financeiramente por uma mudança no estatuto que permitiu a venda multimilionária de terrenos na antiga Cidade Esportiva do Clube.

Com o passar dos anos, contratou craques como Zinedine Zidane, Ronaldo e David Beckham, e o clube virou vitrine de estrelas, com enorme impacto de marketing também fora da Espanha.

Em campo, o auge foi a Champions de 2002 (ainda sem o plantel mais valioso), vencida com um gol antológico de Zidane na final. Mas a fórmula ruiu, com constante luta de egos e elencos desequilibrados (daí surgiu a definção da era de “Zidanes y Pavones”, em alusão aos craques do ataque e as peças frágeis na defesa, como o jovem da casa Pavón).

Em 2006, após uma sequência de fracassos aliada ao êxito do Barcelona de Ronaldinho, Xavi, Iniesta e um promissor Messi, Florentino renunciou ao cargo.

O retorno de Florentino

Após três anos de gestão apagada de Vicente Boluda, em 2009, o empresário retornou sem concorrência. Desse modo, iniciou a segunda passagem com outro pacote de impacto: Cristiano Ronaldo, Kaká, Benzema e Xabi Alonso.

A reconstrução demorou e o time esbarrou no auge do Barcelona de Pep Guardiola e Lionel Messi. No entanto, as glórias voltaram com Carlo Ancelotti no comando, chegando à “Décima” Champions, conquistada em 2014 com gol salvador de Sergio Ramos no fim do tempo normal.

Desde então, o clube ergueu mais cinco taças da Liga dos Campeões e conseguiu mudar o elenco vencendo. Com a saída de nomes da geração vitoriosa, consolidaram-se outras peças como Vinicius Júnior e Federico Valverde, ao lado de peças estabilizadoras, como Luka Modric, Toni Kroos e Karim Benzema.

Florentino Perez e Vinicius Júnior – Divulgação / Real Madrid

Os títulos de Florentino Pérez no Real Madrid

Ao todo, o dirigente de 78 anos soma 37 títulos no futebol masculino sob sua presidência no Real Madrid:

7x Champions League (2001–02, 2013–14, 2015–16, 2016–17, 2017–18, 2021–22 e 2023–24)

7x La Liga (2000–01, 2002–03, 2011–12, 2016–17, 2019–20, 2021–22, 2023–24)

7x Supercopa da Espanha (2001, 2003, 2012, 2017, 2020, 2022, 2024)

7x Mundial de Clubes (2002, 2014, 2016, 2017, 2018, 2022 e 2024)

6x Supercopa da Europa (2002, 2014, 2016, 2017, 2022, 2024)

3x Copa do Rei (2010-11, 2013-14, 2022-23)

Superliga e mais polêmicas

A transformação foi além dos gramados e Florentino Pérez modernizou a estrutura do clube e reconfigurou o Santiago Bernabéu, hoje uma arena multiuso com teto e gramado retráteis. Também construiu a Cidade Real Madrid, em Valdebebas, um dos centros de treinamento mais modernos do mundo.

Apontado como o Poderoso Chefão do futebol, Florentino também pecou por sua megalomania. Em 2021, liderou a tentativa de criação da Superliga Europeia, com o objetivo de reunir os maiores clubes do continente em uma competição fechada, alternativa à Champions League.

No entanto, os protestos de torcedores pela Europa e a falta de adesão de clubes enfraqueceram o movimento e culminaram em desistências Porém, Florentino não recuou.

Reforçou sua estratégia nos tribunais europeus e transformou o Real Madrid no bastião de resistência da ideia e deixando isso claro publicamente: “Ou reagimos, ou o futebol não sobreviverá. O futebol europeu não pertence ao presidente da Uefa, não é monopólio de ninguém.”

Dono de um ego digno de uma craque dos gramados, Florentino também não se furtou a comprar brigas com ídolos do time quando viu necessidade. O goleiro Iker Casillas, dispensado após o título da Champions League de 2014, foi o caso mais emblemático.

Em áudios vazados pelo jornal El Confidencial, supostamente gravados em 2012, Florentino detonou Casillas e também o ex-atacante Raúl Gonzales, dois dos maiores ídolos merengues. Também sobrou para Cristiano Ronaldo e José Mourinho. Florentino se desculpou e disse que os vazamentos estavam fora de contexto.

O jogador do Real Madrid, Cristiano Ronaldo, posa para foto com o presidente Florentino Perez, após o atacante renovar contrato em cerimônia realizada no estádio Santiago Bernabeu, em Madri - 07/11/2016

Cristiano Ronaldo e Florentino Perez: relação de altos e baixos em Madri – Getty Images

Os áudios vazados de Florentino

“Casillas não é goleiro para o Real Madrid, o que você quer que eu diga? Não é. Nunca foi. Foi o grande fracasso que tivemos. O que acontece é que você tem quem o adora, o ama, fala com ele, sei lá. Eles o defendem tanto… Bem, é um dos grandes golpes e o segundo é o Raúl. Os dois grandes golpes de Madrid são primeiro Raúl e segundo Casillas.”

“Beckham é um cara bom, muito esperto também. Ele traz € 30 milhões por ano, Ronaldo também, Zidane traz € 25 milhões. E tem o Raul, que não vende nada, nem mesmo uma camisa, ele não tem valor de mídia”.

“Os jogadores são muito egoístas, não dá para contar com eles de jeito nenhum e quem conta com eles se engana, te deixam perdido, é bobagem. Eu tenho um conceito horrível de jogadores. Raúl é mal. Acredita que o Real Madrid é dele”

“(Cristiano Ronaldo) está louco. Esse cara é um idiota, doente. O (empresário Jorge) Mendes não manda nada nele (Cristiano Ronaldo), da mesma forma que nada manda no Mourinho. Até para as entrevistas. Nada. Estes são tipos com um ego terrível, os dois malcriados, o treinador e ele e não veem a realidade, porque os dois podiam ganhar muito mais dinheiro se fossem de outra forma. São dois anormais, porque estamos a falar de muito dinheiro no campo dos direitos de imagem.”

As 10 maiores contratações da Era Florentino

Eden Hazard (2019) – 115 milhões de euros
Jude Bellingham (2023) – 103 milhões de euros
Gareth Bale (2013) – 101 milhões de euros
Cristiano Ronaldo (2009) – 94 milhões de euros
Aurélien Tchouameni (2022) – 80 milhões de euros
Zinedine Zidane (2001) – 77,5 milhões de euros
James Rodríguez (2014) – 75 milhões de euros
Endrick (2022) – 72 milhões de euros
Kaká (2009) – 67 milhões de euros
Luka Jovic (2019) – 63 milhões de euros

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