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Sportswashing: a sujeira do dinheiro que patrocina os esportes

Como o futebol e outros esportes conseguem "dinheiro infinito"? Entenda o que é Sportswashing e como isso afeta o planeta

Empresas do ramo de combustíveis fósseis estão atualmente investindo cerca de 5,6 bilhões de dólares (aproximadamente 30,4 bilhões de reais) em mais de 200 acordos de patrocínio com entidades esportivas. Esse dado foi revelado esta semana pelo relatório “Dinheiro Sujo” que fala sobre o “Sportswashing”, publicado pela organização “The New Weather Institute”, que se dedica a promover um modelo econômico sustentável para o planeta.

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O futebol lidera o ranking de modalidades esportivas com mais acordos de patrocínio vindos de empresas de combustíveis fósseis. De acordo com o levantamento, são 59 contratos que totalizam 994,5 milhões de dólares (aproximadamente 5,4 bilhões de reais). Mas não são apenas os campos de futebol que se beneficiam desse dinheiro; a situação é ainda mais intensa nos esportes motorizados, que recebem investimentos da ordem de 2,8 bilhões de dólares (o equivalente a 15,6 bilhões de reais).

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O que é “Sportswashing”?

Empresas desse setor são frequentemente acusadas de se associarem a marcas esportivas para melhorar suas reputações, uma prática conhecida como “sportswashing”. Isso ocorre porque muitas dessas empresas contribuem significativamente para o aquecimento global, o que prejudica suas imagens públicas.

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Andrew Simms, codiretor do “The New Weather Institute”, afirmou: “As empresas petrolíferas que estão atrasando a ação climática e jogando mais lenha na fogueira do aquecimento global estão usando o velho manual das grandes empresas de tabaco e tentando se passar por patrocinadoras do esporte“. E essa não é uma afirmação sem base. Grandes figuras do esporte, como o craque argentino Lionel Messi, têm contratos milionários com países cujas economias são fundamentalmente apoiadas em combustíveis fósseis.

Como o sportswashing afeta o futebol?

Considerando a enorme exposição e influência do futebol, o impacto desses patrocínios vai muito além dos estádios. Vale lembrar que a transparência desses acordos é frequentemente limitada, com pouca ou nenhuma informação disponível sobre valores, duração e condições contratuais. Segundo o relatório, esses acordos frequentemente possuem cláusulas nebulosas, o que levanta uma série de questões éticas e legais.

A queima de combustíveis fósseis, como petróleo, óleo e gás, é responsável por cerca de 75% das emissões de gases de efeito estufa, que estão diretamente ligados ao aquecimento global. Segundo estimativas das Nações Unidas (ONU), a crise climática deverá custar cerca de 300 bilhões de dólares em 2030. Ou seja, o investimento em esporte por essas empresas pode ser visto como uma estratégia para desviar a atenção do público do impacto ambiental negativo que causam.

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Quais são as consequências do “sportswashing”?

Craig Foster, ex-capitão da seleção de futebol da Austrália, comentou sobre a situação: “Recentemente, a licença social do esporte tem sido cada vez mais apropriada por companhias de óleo e gás, ansiosas por se alinharem a momentos de inspiração e com atletas lendários, para se desviarem do dano que provocam. Não só ao esporte, mas ao planeta“. Isso evidencia que, além do impacto ambiental, há uma exploração da imagem do esporte para fins de relações públicas. Foster observa que essa prática é danosa, tanto para a integridade do esporte quanto para a luta contra a crise climática.

O que pode ser feito?

  • Exigir transparência nos acordos de patrocínio entre empresas de combustíveis fósseis e entidades esportivas.
  • Apoiar organizações que promovem alternativas sustentáveis e ações climáticas.
  • Incentivar atletas e clubes a recusar patrocínios que não estão alinhados com práticas sustentáveis.
  • Conscientizar o público sobre os impactos negativos dos combustíveis fósseis e a prática do “sportswashing”.

A relação entre combustíveis fósseis e o esporte, especialmente o futebol, levanta questões importantes sobre ética e sustentabilidade. Para que o esporte possa continuar sendo uma força de inspiração e união, é fundamental que os patrocínios sejam transparentes e sustentáveis, garantindo que não contribuam para um agravamento da crise climática.

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